quarta-feira, 19 de março de 2014
Juazeiro do Norte-CE: Acusado nas mortes de Amarílio e Dedé foi condenado a 38 anos pelo duplo homicídio
O Conselho de Sentença do Tribunal Popular do Júri de Juazeiro do Norte rejeitou a negativa de autoria e acolheu a tese do Ministério Público condenando o réu Jonatan Marcos de Oliveira, o Thiago Pernambuco, a 38 anos de prisão em regime fechado. De acordo com o juiz José Mauro Lima Feitosa, que presidiu a sessão, são 19 anos por cada um dos homicídios duplamente qualificados pela torpeza e pela surpresa com as quais as vítimas foram executadas.
o dia 20 de setembro de 2011, na Praça do Giradouro, Thiago teria matado o vereador Amarílio Pequeno da Silva e o ex-policial José Alves Bezerra, o Dedé da Civil. O julgamento durou quase 12 horas e foi um dos mais demorados dos últimos anos em Juazeiro. Ao final, parentes e amigos das vítimas não escondiam a emoção quando era lida a sentença pelo juiz. Sentado no banco dos réus em meio a dois policiais militares, por poucas vezes Thiago ergueu o rosto.
Durante o dia, houve momentos de acirramentos dos ânimos entre o representante do Ministério Público, o Promotor de Justiça Gustavo Henrique Cantanhêde Morgado, e o defensor público Emanuel Leal de Santana. O primeiro chamou a atenção dos jurados para a riqueza de detalhes narrados por Thiago no seu depoimento concedido ao delegado, enquanto o defensor sustentou a tese de que o réu foi coagido pela polícia para assumir o duplo homicídio.
O promotor fez questão de reprisar conversas das gravações feitas pela Polícia Civil após a justiça decretar a quebra de sigilo telefônico de acusados. Uma dessas escutas revela um bate-papo entre Tiago e Paulo Vítor Monteiro Lopes discutindo sobre o valor pago para a execução que seria apenas do vereador. Paulo que teria contratado Thiago disse que não era para ter matado o outro referindo-se a Dedé, mas o acusado da pistolagem retrucou observando que o mesmo foi para cima dele. O representante do Ministério Público considerou ainda a existência de contradições entre os depoimentos prestados por Thiago à polícia e à justiça.
HISTÓRIA – Naquela noite, o vereador Amarílio Pequeno tinha acabado de fazer o seu Cooper habitual na Praça José Feijó de Sá e sentou-se à mesa do Restaurante Rondelle para tomar uma cerveja com seu amigo e, também, ex-policial Dedé Bezerra. Não sabia ele que estava marcado para ser morto e um homem armado com uma pistola .40 já seguia na sua direção. O amigo morreria “de graça” ao tentar impedir a execução do ex-sargento da Polícia Militar.
Amarílio foi abordado por um homem alto e moreno que via pela primeira vez e este já foi efetuando os disparos. Quando Dedé se levantou terminou igualmente alvejado e os dois já tombaram na praça praticamente sem vida. De acordo com os autos do processo e a pronúncia da juíza Ana Raquel Colares Linard, este homem seria o Thiago Pernambuco, que veio com tal missão a Juazeiro atendendo convite do outro pronunciado pela justiça, Paulo Vítor Monteiro.
Este último encontra-se preso no Rio Grande do Norte por conta de envolvimento em um seqüestro naquele estado. Já Thiago havia sido preso em Brejo Santo por outro crime. Hoje, o maior questionamento da sociedade é sobre quem seria o interessado na morte de Amarílio. Ainda segundo os autos, Ramon Gonçalves Vital foi quem deu fuga ao acusado do crime de pistolagem levando-o até a estátua de Padre Cícero na Colina do Horto.
Ali, a moto foi abandonada e Ramon seria primo de Damião Érico Cavalcante Nicolau, o "Damiaozin" ou "Vela" que, está preso na Região Metropoilitana de Fortaleza. Este seria o responsável por arquitetar toda a trama quando se encontrava em uma das celas da Penitenciária Industrial e Regional do Cariri em Juazeiro e o contato para a intermediação da pistolagem foi feita por ele junto a Paulo Vítor, o qual teria dito ao delegado Francisco Crisóstomo que o autor intelectual seria o vereador Ronaldo.
Por diversas, o vereador conhecido como Ronnas Motos negou a acusação e a dúvida sobre o interessado na morte de Amarílio ainda persiste quase três anos após o caso. Existe ainda a figura do “Magão” que teria apontado o nome de Thiago para a execução. Nem este e nem Ramon tem os seus paradeiros conhecidos. Por outro lado, em seus depoimentos à justiça, Thiago e Paulo Vítor negaram envolvimentos no duplo homicídio ao contrário do que afirmaram ao delegado que investigou as execuções.
Site Miséria
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