terça-feira, 13 de janeiro de 2009

POTENGI EXPORTA PRODUTOS DE FERRO PARA MUNICÍPIOS BRASILEIROS

A cidade de Potengi desponta como um dos principais pontos do Nordeste, na produção e comercialização de produtos derivados do ferro. Apesar de ainda não terem maquinário industrializado e toda a produção ser feita pelo método artesanal, os ferreiros estão conseguindo exportar grande demanda de foices, enxadas e pás para vários estados brasileiros.

O presidente da Associação dos Produtores de Ferro de Potengi, José Alves Vieira, mencionou que a produção está bem e há constantes pedidos de encomendas, principalmente para os estados do Maranhão, Piauí, Pará, Tocantins e Rio Grande do Norte. “Embora hoje a nossa maior dificuldade esteja sendo a matéria-prima, como o carvão e o aço, estamos produzindo entre 600 e 700 peças nas seis oficinas. No total, são vinte oficinas em Potengi, chegando, em uma média geral, a produzir 4 mil peças por mês, gerando cerca de 120 empregos diretos e indiretos”, disse José Alves. Ele também informou que a renda mensal de um amolador chega a R$ 350,00, um carvoeiro ganha até R$ 500,00 e um ferreiro, R$ 600,00. “Já trabalho a 12 anos fabricando peças de ferro. É uma tradição que vai de pai para filho, desde 1960. São 40 anos fabricando essas peças”, finalizou o presidente.

A principal dificuldade para os ferreiros é a aquisição das matérias-primas. O custo da matéria-prima (carvão, aço, eletrores e a pedra de esmeril) fica em torno de R$ 4,50, o conjunto. O material, muitas vezes, é encontrado em outros lugares da região, é o caso do aço, comprado em sucateiros de Fortaleza ou em fabricantes de molas do Piauí. Já o carvão é adquirido nas brocas, através da queima da vegetação.

O presidente José Alves explica que, como o trabalho é artesanal, não há grande lucro. “Quando os ferreiros produzem em grande quantidade, o lucro chega a R$ 1.600,00 reais”, afirma. Ele alega que está faltando incentivo por parte do governo, “Não temos um galpão industrial e nosso maquinário não suporta o grande volume que recebemos de encomenda. Faltam cursos de qualificação para que possamos nos aprimorar. Sem falar que hoje somos responsáveis por uma boa parte na receita da economia local”, finalizou o presidente.

Do aço podem ser fabricados os mais diferentes objetos, tornando-se atividade Lucrativa para o município de Potengi. A enxada está custando entre R$ 8,00 e R$10,00. A roçadeira custa R$ 8,00, a foice custa R$ 7,00, e a chibanca, R$15,00.

Jornal do Cariri

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