Um cenário de convivência com o Semiárido e sem o sofrimento visto em
anos em que a estiagem subtrai a vida da vegetação e dos animais, assim
como a força de quem deles depende para viver, muito mais do que
simplesmente sobreviver.
É por meio de projetos de
tecnologias sociais, realizados por pesquisadores de institutos e
universidade e colocados em prática por organizações não-governamentais e
gestões, que a população do Semiárido tem a possibilidade de conhecer
uma nova forma de conviver com o ambiente em que a estiagem é cíclica.
Especialistas apontam pelo menos 15 ideias de pesquisa ou projetos que
ajudam o homem a conviver com o período sem chuvas na região.
Durante a 17ª Reunião Ordinária do Conselho
Deliberativo da Sudene (Condel), realizada na última semana em
Fortaleza, o uso da tecnologia foi indicada pela presidenta Dilma
Rousseff como a forma de “combater a seca”.
Daniel Duarte,
agrônomo, professor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e
pesquisador do Instituto Nacional do Semiárido (INSA), explica que,
associados aos períodos de estiagem está a seca, que é o despreparo da
população, dos gestores e dos técnicos frente a esse cenário. “Uma das
formas de se preparar para a estiagem é o uso das tecnologias”, apontou o
pesquisador.
Desafios
Enquanto a
estiagem afeta o Semiárido, algumas comunidades conseguem conviver de
forma diferenciada e menos dramática com ela. Para a professora Suely
Chacon, doutora em Desenvolvimento Sustentável e professora da
Universidade Federal do Ceará (UFC), tais comunidades possuem “um grau
elevado de organização social, com grande envolvimento dos jovens, e que
vem sendo assistidas por ONGs e órgãos de pesquisa”.
Por
isso, é tão importante que as pesquisas realizadas nos laboratórios
cheguem e criem raízes no solo nordestino. Ênio Girão, pesquisador da
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), ressalta que é
preciso pensar em tecnologias simples, baratas, eficientes e que as
comunidades estejam dispostas a adotar.
Se as experiências
das pesquisas chegam aos territórios que delas precisam, a disseminação
dos sucessos ainda deixa um vazio no Semiárido. O pesquisador do Insa,
Daniel Duarte, comenta que as comunidades próximas intercambiam
experiências, mas não existem gestores sensíveis a fazer com que as
experiências sejam replicadas, sendo, inclusive, subsidiadas.
Para
além de partilhar e replicar os projetos, a professora Suely Chacon
ressalta a necessidade de preparar as famílias para o entendimento da
tecnologias, o que inclui a oferta de educação contextualizada para
convivência e valorização do Semiárido.
ENTENDA A NOTÍCIA
Projetos
de convivência com o semiárido podem mudar a forma como as populações
lidam com a seca, por meio de tecnologias sociais que unem pesquisas
com o conhecimento e as necessidades das comunidades.
FONTE: jornal O Povo
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