A cidade de Salitre, localizada na Região do Cariri-Oeste,
divisa com os Estados do Pernambuco e Piauí, sofre há uma década com a escassez
de chuva. De acordo com os dados da Fundação Cearense de Meteorologia e
Recursos Hídricos (Funceme), 2005 foi o último ano que choveu acima da média
histórica na quadra chuvosa (fevereiro a maio), que é de 663,5 milímetros.
De
lá pra cá, a localidade acumula secas intensas acarretando prejuízos na economia
agrícola, principal fonte de renda dos quase 17 mil habitantes. O Município se
encaminha para o 11º ano de escassez hídrica. O meteorologista do órgão, Raul
Fritz, explica que "o relevo da cidade, somado à localidade, contribui
para a escassez de chuva, ainda pior que a enfrentada nas outras regiões do
Estado. O Município é relativamente alto e próximo à Chapada do Araripe, então
as chuvas que chegam do Leste, geralmente caem antes, atingindo as cidades de
Juazeiro e Crato, por exemplo", acrescenta. Ainda conforme Fritz, para que
haja pluviosidade em Salitre, o sistema meteorológico deve ser de alta
intensidade. "Se o sistema não for forte, as chuvas vão chegar fracas ou
nem chegarão, como vem acontecendo", conclui.
As chuvas que incidem sobre Salitre poderiam ser do tipo
orográfica, ou de relevo, uma designação dada à precipitação que ocorre quando
uma massa de ar carregada de umidade sobe ao encontrar uma elevação do relevo,
como uma montanha. "Mas a cidade pode estar do lado oposto em que a montanha
recebe os ventos, dessa forma, fica mais difícil chover", explica Fritz.
Jornal Diário do Nordeste
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