quarta-feira, 25 de junho de 2008

Cid tenta unificar aliados, mas eleições os dividem

O Governador Cid Gomes (PSB) trabalha parta unificar, nestas eleições municipais de 2008, nomes que possam representar a base aliada do Governo na Região do Cariri. Essa articulação foi muito comum durante os governos Tasso, Ciro e Lúcio (todos do PSDB) , quando, principalmente no interior, políticos disputavam a influência e apoio do governador. Cid segue as mesmas diretrizes e dá continuidade ao modelo político iniciado pelo então governador Tasso Jereissati que o elegeu prefeito de Sobral em 1996.

Essa estratégia marcou diversas eleições e chegou a determinar alguns embates, como as eleições no Crato de 1996 com vitória de Raimundo Bezerra e em Juazeiro,em 2004, com o êxito da candidatura de Raimundo Macedo. No Governo Cid Gomes, a quantidade de partidos e correntes políticas vem dificultando a unificação da base aliada nos diferentes municípios.

No Cariri, por exemplo, essas dificuldades estão expressas no triângulo Crajubar. Em Juazeiro do Norte, devem ser lançadas duas candidaturas de partidos ligados ao Governo. Carlos Cruz (PP) e Manoel Santana (PT) não conseguiram se unificar. Em Barbalha, o PT deve lançar um nome, mas há uma frente alternativa surgindo com PSB, PC do B e PDT. Em Crato, a situação se complica. Os partidos da base aliada estão com três pré-candidaturas e com poucas chances de unificação.

Há alguns casos mais estranhos ainda. Em Aurora, o PC do B declarou apoio ao pré-candidato do PSDB Adailton Macedo (PSDB), homem forte do governo tucano de Juazeiro, e sobrinho de Raimundo Macedo. Adailton não esconde a sua força financeira e quer apear do poder o grupo do atual prefeito Carlos Macedo (PSB).

As dificuldades para unificação de tantos partidos, porém, tem uma explicação. Na campanha para Governo do Estado, a maioria das siglas, principalmente os partidos de esquerda, já faziam oposição histórica aos tucanos. O embate nacional amplia essa disputa nos estados e municípios entre os partidos da base aliada do governo Lula e o PSDB, além do DEM.

No âmbito estadual, além das legendas de esquerda, Cid Gomes precisou do apoio do PMDB e de outros partidos de centro e centro-direita como PP, PRB, dentre outros. Agora, unificar todos esses partidos em um só palanque por município é uma tarefa quase que impossível.

Os interesses são diferentes. Muitos agem por impulso e acreditam que quem tiver o apoio do governador sai na frente. Portanto, no Cariri está clara a configuração política: os partidos da base aliada ao governo contra o PSDB, mesmo que o PSDB seja aliado de Cid Gomes na Assembléia Legislativa e tenha alguns secretários na administração estadual, como Marcos Cals (Justiça) e Bismarck Maia (Turismo).

Jornal do Cariri

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