Na contramão dos gastos de dinheiro público com finalidade pessoal ou
com atividades consideradas supérfluas, também são identificados, mundo
afora, exemplos de quem abre mão dos eventuais luxos que o Poder parece
capacitado a proporcionar.
O presidente do Uruguai, José
Mujica, é um desses casos. Ele, que já foi intitulado o chefe de Estado
mais pobre do mundo, rebateu dizendo que “pobre é quem precisa muito
para viver”. Austero, leva vida simples e doa 90% de seu salário, o
equivalente a 28 mil reais, a instituições de caridade. Sem cartão de
crédito e conta bancária, em 2012, tinha como bens um terreno próprio e
outros dois, dos quais tem 50% de participação, todos na mesma área
rural.
Pelo Mundo, ainda, há outros episódios que chamam
atenção. Em 2012, a primeira-ministra alemã, Angela Merkel, tirou sua
segunda temporada de férias em seis anos e meio de gestão. Passou a
Páscoa numa ilha italiana, voou no avião da Força Aérea alemã. O marido,
Joachim Sauer, teria de desembolsar o equivalente a R$ 3 mil para
acompanhá-la no voo, já que só governante viaja de graça em avião
oficial. Parentes até podem embarcar, mas têm de desembolsar quantia
correspondente à passagem de primeira classe em voo de carreira. Famoso
por poupar dinheiro, Sauer preferiu pagar passagem bem mais em conta, de
R$ 350, numa companhia aérea de baixo custo.
Além da
Alemanha, países nórdicos também restringem o uso de aeronaves oficiais
por parentes dos governantes. Nem filhos, marido ou mulher de
parlamentar têm direito a passagem aérea ou de trem custeada com
recursos públicos. Gestores também não podem pegar carona em aviões de
empresários. O descumprimento da regra pode levar à suspensão ou perda
do mandato.
No Brasil, Olívio Dutra, ex-governador do Rio
Grande do Sul e ex-ministro das Cidades, na gestão de Lula, é também um
caso de político que leva visa modesta. Mora em um velho apartamento, de
64 metros quadrados, que levou 20 anos para ser quitado. Tem um carro
que, disse ele em entrevista à revista Carta Capital, não sabe nem quer
aprender a dirigir. Ou vai de carona ou prefere andar de ônibus.
Dutra
garante que não mudou o padrão de vida, apesar de receber cerca de R$
22 mil de aposentadoria - após anos trabalhando num banco estadual,
somada aos vencimentos de ex-governador. (Lucinthya Gomes)
fonte: O Povo
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