Não poderia haver agendas mais negativas, na economia e na política. Uma imposta pelo governo, outra pela oposição. Na sua conjunção, esse ano de retrocessos só não foi pior porque o impeachment não se impôs.
Os dois protagonistas do ajuste e do impeachment – Joaquim Levy e Eduardo Cunha – saem baleados do ano, mas deixam herança pesada. Deixam um país em recessão, com inflação – isto é, estagflação – e aumento do desemprego, além da projeção de que esse cenário seguirá até pelo menos a metade do segundo mandado da Dilma, se não houver uma virada forte na economia, que já se anunciou que não virá. O governo cede às pressões do mercado na saída do Levy e só anunciou mais medidas restritivas – agora incluindo reforma da previdência –, sem nada que aponte para uma retomada do crescimento econômico.
O ajuste foi resultado de uma leitura equivocada da forma como o governo saía das acirradas eleições. Foi feita uma opção preferencial pelo ajuste, às custas dos trabalhadores, aprofundando a recessão e isolando dramaticamente o governo. A propagação dos cortes do governo se estenderam a toda a economia, com seus efeitos perversos e socialmente devastadores.
O governo não levou em conta o caráter socialmente regressivo do ajuste, encima de uma vitória apertada, com o risco – amplamente confirmado – da perda de apoio dos setores populares que tinham garantido a vitória eleitoral da Dilma. Uma leitura economicista, tecnocrática, levou à queda vertiginosa do apoio do governo, deixando-o exposto às ofensivas da oposição para derrubá-lo.
O tema do ajuste passou a fazer parte da agenda central de 2015 por essa fragilização que o próprio governo se produziu. Nenhuma das acusações poderiam ser objetivo de acusações para um impeachment, mas o governo passou o ano inteiro na defensiva em relação a elas, porque apareceu como um governo suspenso no ar, sem conquistar apoio do mercado e perdendo apoio popular, para ter uma espada pendendo sobre a sua cabeça, com o espectro de um apoio inexpressivo nas pesquisas.
Foi um ano de agendas negativas, política, social e economicamente. A possibilidade de virar a página e retomar iniciativa está dada agora, com o esgotamento do impeachment e a saída de Levy do ministério. Nenhum governo pode governar sem capacidade de iniciativa e deixando se orientar pelas agendas negativas – tanto as da oposição como as equivocadamente auto impostas pelo próprio governo.
Derrotar o impeachment definitivamente e sair definitivamente da centralidade do ajuste no plano econômico – são as vias para o governo recuperar apoio social e político, resgatar a economia para retomar a expansão e voltar a se colocar em condições de disputar os consensos fundamentais do país.
Os dois protagonistas do ajuste e do impeachment – Joaquim Levy e Eduardo Cunha – saem baleados do ano, mas deixam herança pesada. Deixam um país em recessão, com inflação – isto é, estagflação – e aumento do desemprego, além da projeção de que esse cenário seguirá até pelo menos a metade do segundo mandado da Dilma, se não houver uma virada forte na economia, que já se anunciou que não virá. O governo cede às pressões do mercado na saída do Levy e só anunciou mais medidas restritivas – agora incluindo reforma da previdência –, sem nada que aponte para uma retomada do crescimento econômico.
O ajuste foi resultado de uma leitura equivocada da forma como o governo saía das acirradas eleições. Foi feita uma opção preferencial pelo ajuste, às custas dos trabalhadores, aprofundando a recessão e isolando dramaticamente o governo. A propagação dos cortes do governo se estenderam a toda a economia, com seus efeitos perversos e socialmente devastadores.
O governo não levou em conta o caráter socialmente regressivo do ajuste, encima de uma vitória apertada, com o risco – amplamente confirmado – da perda de apoio dos setores populares que tinham garantido a vitória eleitoral da Dilma. Uma leitura economicista, tecnocrática, levou à queda vertiginosa do apoio do governo, deixando-o exposto às ofensivas da oposição para derrubá-lo.
O tema do ajuste passou a fazer parte da agenda central de 2015 por essa fragilização que o próprio governo se produziu. Nenhuma das acusações poderiam ser objetivo de acusações para um impeachment, mas o governo passou o ano inteiro na defensiva em relação a elas, porque apareceu como um governo suspenso no ar, sem conquistar apoio do mercado e perdendo apoio popular, para ter uma espada pendendo sobre a sua cabeça, com o espectro de um apoio inexpressivo nas pesquisas.
Foi um ano de agendas negativas, política, social e economicamente. A possibilidade de virar a página e retomar iniciativa está dada agora, com o esgotamento do impeachment e a saída de Levy do ministério. Nenhum governo pode governar sem capacidade de iniciativa e deixando se orientar pelas agendas negativas – tanto as da oposição como as equivocadamente auto impostas pelo próprio governo.
Derrotar o impeachment definitivamente e sair definitivamente da centralidade do ajuste no plano econômico – são as vias para o governo recuperar apoio social e político, resgatar a economia para retomar a expansão e voltar a se colocar em condições de disputar os consensos fundamentais do país.
Texto de Emir Sader
Rede Brasil Atual
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