Em transmissão ao vivo da Rádio Nacional do Rio de Janeiro na madrugada do dia 1º de abril de 1964, o então presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), José Serra, fez um discurso histórico, que contribuiu muito para a sua carreira política nos anos seguintes. Era uma convocação para a resistência ao Golpe já em curso naquele momento.
"Que nós partamos nesse instante para uma ofensiva e não fiquemos na defensiva porque a defensiva será a vitória de fato dessas forças reacionárias que hoje investem contra o povo brasileiro", disse o então estudante que cursava o último ano da Escola Politécnica da USP e havia sido eleito para a presidência da UNE no ano anterior.
Neste domingo, que marca também o 47o. aniversário do Ato Institucional número 5, que lançou o Brasil num período de trevas e obscurantismo, Serra voltou a um palanque – no entanto, trocou a defesa da legalidade pelo golpismo.
"Agora é hora de falar de impeachment, depois falamos de governo", disse Serra, ao discursar no microfone do grupo Vem Pra Rua, que é ligado ao PSDB. Serra sonha num atalho para o poder, pois caso o golpe em curso leve Michel Temer para a presidência da República, ele poderia se tornar uma espécie de superministro da área econômica, assim como Fernando Henrique Cardoso foi para Itamar Franco.
No evento de hoje, outros políticos também discursaram. Entre eles, os senadores Aloysio Nunes (PSDB-SP) e Ronaldo Caiado (DEM-GO), assim como o empresário João Doria Júnior, que pretende concorrer à prefeitura de São Paulo pelo PSDB. Doria reconheceu que a manifestação ficou bem abaixo do esperado.
Site Brasil 247
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