quarta-feira, 24 de outubro de 2007

PREZADO SENHOR TARSO ARAÚJO

O senhor na qualidade de jornalista e aluno do Curso de Letras da URCA, tece alguns comentários sobre a situação da Universidade e também faz referência direta à minha pessoa. Expressa sua opinião, o que é um direito como cidadão. Porém gostaria de fazer algumas observações. Não sei se o senhor vai permitir que minha opinião seja expressa nos meios de comunicação que trabalha ou mesmo em seu "blog", porém, que fique registrado a minha opinião sobre os fatos.
1º) Por que não houve greve na URCA? Porque a categoria dos professores, numa votação de 72 votos contra 25, decidiu isso em Assembléia. O senhor atribuiu a mim, a liderança de uma articulação para impedir a greve. O senhor desconsidera a opinião de 71 outros professores presentes à Assembléia, como se todos estivessem sob meu comando. De onde o senhor tira tal ilação? Se o senhor fizer uma simples conta, aritmética mesmo, verá que os cargos comissionados não chegam nem à metade do número de professores que votaram contra a greve, fora o fato de mais de 200 nem terem comparecido à referida Assembléia. Seus argumentos sobre a não-existência da greve se igualam aos argumentos dos países colonizadores quando da revolta das colônias em luta pela independência: a luta dos povos pela liberdade era uma "manipulação" e não fruto da injustiça da colonização.
2º) Sobre o fato do fórum dos estudantes acontecer, o senhor indica que eu "determinei" que fosse realizado e que os estudantes passassem em sala. Fato inverossímil e que aguardo a prova. O senhor deve apresentar provas desse acontecimento sob pena de estar faltando com a verdade. O senhor desrespeita a opinião de quase mil estudantes do fórum quando diz que um pequeno grupo, liderado por mim, teria feito uma pressão e convencido milhares de estudantes a serem contra a greve.
3º) O senhor atribui a mim um poder inexistente. Uma capacidade de articulação e decisão que faria inveja aos mais maquiavélicos políticos da sociedade brasileira. Se assim fosse, creia o senhor que a cidade do Crato não continuaria nas mãos das oligarquias que o senhor faz tanta questão de defender.
4º) Por fim, o interessante mesmo é o senhor nunca ter feito comentários sobre a urgência ou necessidade de greves quando fazia parte da Administração Anterior, do professor André Herzog em que prestava uma ajuda na comunicação. O senhor é conhecido por sempre defender as administrações do PSDB, seja a que estava na URCA , seja a que governa a cidade do Crato. Então, suas "opiniões" são seletivas. Quando dizem respeito ao PSDB, só elogios, quando dizem respeito a outros grupos, críticas e mais críticas e ilações sem provas. Isso seria normal num militante do PSDB mas numa pessoa que se diz jornalista e imparcial, é lamentável.
Estou à disposição para qualquer conversa franca ou esclarecimento. Lamento que o senhor use de seu poder na mídia para atacar sem permitir o contraditório e não levar aos seus leitores e ouvintes a opinião diversa da sua.
Atenciosamente,
Prof. Darlan de Oliveira Reis Junior

3 comentários:

José Cícero disse...

Sempre entendi como de grande importância o trabalho jornalístico desempenhado pelo confrade Tarso Araújo como forma de projetar a nossa região no litoral e no além-fornteira. Todavia, neste episódio em que envolve o prof. Darlan e a atual direção da URCA penso que o nobre jornalista possa não está tão certo...Ora, todo o Cariri sabe da história, da coerência e da competência do prof/reitor Plácido. Vibrei de alegria quando da sua escolha para a URCA, assim como me entristeci sobremaneira quando o ex-governador (Lúcio-PSDB) o rejeitou mesmo sendo o mais votado pelo voto 'popular'(Urca). Naquele episódia havia material de sobra para que o caro jornalista criticasse tal postura governamental frontalmente contrária a autonomia universitária. De modo que agora com o novo reitor e sua equipe temos é que aplaudir e apoiá-los, sobretudo em obediência a vontade da maioria. A propósito que mal existe em ser liderança. Se a maioria não quis o estado de greve... temos que respeitar esta opção como mais um princípio democrático. Afinal queremos ou não o progresso da nossa Universidade? Por que a premência da greve?
José Cícero
Aurora - CE.

Erico Sater disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Erico Sater disse...

Caro Sr. Tarso

Tenho acompanhado seu Blog mesmo morando em São Paulo. Tudo do Cariri me é de interesse. E lamento que a URCA e seus professores estejam passando pelo descaso do Governo. E também como professor sei que Governos não cedem com negociações em mesas de reuniões de seus gabinetes. Os profesores da URCA têm mesmo que sair pra luta, inclusive optar pela greve - único instrumento eficaz numa situação de descaso sucessivo de vários governos. Sei da reinvidicação da categoria da URCA que luta há 20 anos pela quitação do piso salarial. Por isso creio que seja a hora de sair às ruas e lutar pelo que é de direito.