Longe estamos nós de decifrar os mistérios da natureza. E nessa quase que total ignorância, nascemos e vivemos. Temperamos cada sabor ou dissabor que o cotidiano nos oferece com o condimento da nossa decisão. E somos chamados a decidir a todo instante... Assim, usamos o nosso livre arbítrio na condução do nosso destino e também, querendo ou não, influenciamos o destino de outros, próximos ou distantes.
Quando um amigo se vai para a eternidade é que nos damos conta do imenso espaço que ele vinha ocupando em nossas vidas. Vicente Penha foi um amigo que, na sua simplicidade, na sua humildade, conseguiu construir um céu de companheirismo, de solidariedade, de respeito e de enobrecimento da vida e da dignidade. Conseguiu direcionar suas decisões na promoção da amizade e na tarefa de servir à sua comunidade.
Empresário e agropecuarista, manteve de pé uma amostra dos mais significativos símbolos do homem nordestino e caririense: um engenho de rapadura. E, na sua lida, colaborou no resgate e fortalecimento da identidade cultural do nosso povo.
Membro do Conselho Comunitário de Defesa Social – CCDS do Crato, foi incansável na luta contra os problemas que tão severamente afligem os mais pobres. Com maestria e genialidade, Vicente Penha colaborava na construção de um modelo de segurança pública capaz de tornar mais tranqüila a vida de homens e mulheres. Era um amigo do povo!
Lá em seu lugar aconchegante, batizado Sítio Pontal, no Muriti, em Crato, fez de sua vida um exemplo de dedicação a seus familiares e amigos.
E aqui estamos nós, tristes pela irreparável perda, dada com seu falecimento em 20 de outubro de 2007, mas agradecidos pelos serviços que Vicente Penha prestou à comunidade cratense, sem qualquer interesse em trazer para si vantagens pessoais. Gratos também estamos a seus pais, o senhor Júlio Bezerra de Menezes, de saudosa memória, e dona Maria de Lourdes Penha, firme entre nós, por terem posto no mundo um ser verdadeiramente humano, posto ter sido Vicente um homem inegavelmente bom.
Nosso conforto, amigo Vicente Penha, é a certeza de que sua passagem pela terra deixou enraizado e brotando permanentemente o sentimento de amor ao próximo, não aquele amor hipócrita pronunciado por falsos cristãos na frieza de suas orações, mas o amor sincero, praticado na busca do bem comum.
Texto escrito pelo professor Cacá Araújo em 26 de outubro de 2007.
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