domingo, 9 de março de 2008

Quem será o Judas em Crato?

Hoje ao meio-dia, informa o professor cacá Araújo termina a apuração para saber quem será o próximo Judas. A queimação do Judas vai acontecer dia 22 de março. O “estuprador” estava vencendo, seguido de perto por Bush, Hitler e o Bispo Dom Cappio, aquele que faz greve de fome contra a transposição.

Um comentário:

Armando Rafael disse...

Tarso,
Segundo foi divulgado a "eleição" definiu como JUDAS-2008 o bispo dom Luís Flávio Cappio que teve (?) mais votos do que o CARTÃO CORPORATIVO.
Engraçado: passamos o ano todo bombardeados com denúncias de corrupçãom no Governo Lula: a farra dos cartões-corporativos, as CPIs que terminam em pizza, o “mensalão”, os “sanguessugas”, os “vampiros” instalados no Ministério da Saúde, o “Renangate”, o esquema das ONGS, e de tantos e tantos outros escândalos...

No entanto, alguns cratenses repetiram o veredito do julgamento feito por Pilatos: “Cristo ou Barrabás”?, gritou o governante romano.
A massa ignara respondeu: "Solte Barrabás, o ladrão! Crucifique Cristo, o Inocente"!

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Judas Iscariotes – onde quer que se encontre – deve ter ficado alegre com a “eleição” de um bispo católico, um Sucessor dos Apóstolos, como “O Judas de 2008, na Cidade de Frei Carlos”. Quem também ficaria satisfeito em saber dessa notícia é o ministro da Integração Nacional de Lula, Geddel Vieira Lima, (que entrou na política pelas mãos de ACM) pois afirmou: “dom Luís é o inimigo número 1 da democracia” (sic). Administrador de empresas, pecuarista e cacauicultor, o ministro atacou o bispo: “Fundamentalismos - venham de onde vierem, praticados seja como for - são o inimigo público número 1 da democracia”.
Um homem puro, esse Geddel!...
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Gesto tresloucado do bispo?
O jejum e oração de Dom Cappio está na origem de um movimento que se estende hoje por vários países. É o Movimento Jejum Solidário, que tem mobilizado pessoas a fazer jejum em união com Dom Cappio pela causa do Ecossistema do Rio São Francisco, que inclui as populações humanas como parte do bioma desse rio e também as do Semi-Árido do Nordeste. Isso a imprensa não divulga, pois o patrulhamento dos partidos políticos de esquerda não deixa.
Já o bispo franciscano não tem partido, não tem movimento… Ele é pobre… E o pobre, escreve Antonio Negri, no final do seu livro Império, é aquele que usa o que lhe restou: o corpo, a imaginação, poderíamos dizer, a mística… Não por nada que Antonio Negri aponta São Francisco como uma luz para o militantismo pós-moderno. “Na pós-modernidade, nós nos encontramos na situação de São Francisco, opondo à miséria do poder a alegria de viver”, escreve. Temos aqui a manifestação do biopoder. Enfim, “trata-se de uma revolução - escreve Negri -, que nenhum poder controlará”.
A ação de dom Luís escapa às categorias de poder, está no terreno da simbologia, do imaginário, do biopoder. Não há um ‘comitê central’ com quem negociar. Por isso chegam a ser constrangedores os esforços do governo em suas incursões junto à CNBB e ao Vaticano para demover o bispo da jejum, que a mídia denominou “greve de fome”.

É um gesto desconcertante também para determinada esquerda. Não é sem razão que muitos militantes têm dificuldade de compreensão e aceitação da ação de dom Luís. A esquerda é tributária de um jeito de pensar e agir preso às categorias da sociedade industrial, como destaca Touraine em sua obra Um novo paradigma.