sexta-feira, 28 de setembro de 2012

MP entra com ação contra 36 acusados do escândalo


Enquanto no Tribunal de Contas do Ceará (TCE) os processos do escândalo dos banheiros estão temporariamente suspensos, na Justiça comum o caso começa a caminhar – 14 meses após a divulgação das denúncias. O Ministério Público do Estado (MP) entrou com ações de improbidade administrativa contra 36 agentes públicos e particulares envolvidos no escândalo nos municípios de Pacajus, Chorozinho, Horizonte e Pindoretama.

A lista inclui gestores e ex-gestores da secretaria estadual das Cidades, o ex-presidente do TCE, Teodorico Menezes, e vários de seus familiares e ex-funcionários. Eles são acusados pelo MP de estarem ligados, direta ou indiretamente, ao suposto esquema de desvio de recursos do Fundo Estadual de Combate à Pobreza (Fecop) para a construção de kits sanitários destinados a famílias carentes – boa parte delas, no entanto, não receberam banheiro algum.

Segundo o promotor Eloilson Landim, o MP aguardava a autorização do Superior Tribunal de Justiça (STJ) para utilizar documentos que embasam as ações – daí a demora em entrar com os processos, segundo ele. A documentação inclui dados de sigilo bancário e telefônico, além de depoimentos que estavam nas mãos do STJ pelo fato de alguns dos acusados gozarem de foro privilegiado.

O MP pede que os 36 acusados sejam condenados devolvam ao Governo do Estado do valor de R$ 493,9 mil (correspondente ao suposto dano aos cofres públicos nos quatro municípios), percam a função pública, tenham suspensos os direitos políticos por um período de 5 a 8 anos e paguem multa de até duas vezes o valor do dano (493.924,69) e de até 100 vezes o valor de seus salários, entre outras punições. No total, o ressarcimento solicitado, já com atualização monetária, é de R$ 1,97 milhão.

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