Segue abaixo texto do ex-deputado federal João Alfredo sobre a questão da transposição das águas do rio São Francisco, publicada n"O POVO em 27/12:
O QUE PRECISA SER DITO
Na qualidade de leitor assíduo, assinante e eventual colaborador de O POVO, gostaria de manifestar a minha crítica da forma como vêm sendo abordados pelo jornal tanto a questão da transposição do Rio São Francisco, como do jejum de Dom Luis Cappio. Não fora o artigo publicado hoje, de autoria do Padre Mauricio, da CPT, teríamos a falsa idéia de que dom Cappio se encontra totalmente isolado em sua posição. Intelecutais de porte de um Fábio Konder Comparato ou Maria Victoria Benevides; prelados e religiosos da expressão de um Leonardo Boff, um Pedro Casaldaliga ou um Tomás Balduino; ou mesmo um nobel da paz, como Adolo Pérez Esquivel (isso paranão falar de diversos movimentos sociais e ambientalistas de todo o Brasil) desautorizam o falso conceito de que o gesto do frei franciscano não encontra eco na sociedade. Aliás, dentre os ataques injustos que têm sido desferidos a dom Cappio, está o de que ele seria contra o atendimento das necessidades de água do Nordeste Setentrional, onde se encontra nosso Estado do Ceará.
Nada mais falso: ao propugnar pelo cumprimento das obras constantes do Atlas da Agência Nacional de Águas (ANA) - que busca garantir o abastecimento de água em todas as cidades da região do semi-árido - e da proposta de 1 milhão de cisternas de placa, da Articulação do Semi-Árido (ASA) - voltadas para a população rural, dom Cappio demonstra que há alternativas mais abrangentes, mais eficazes, mais baratas e menos impactantes do que as obras da transposição.
No caso do Ceará, o discurso oficial - que está quase se transformando em "pensamento único" - de que as águas do Velho Chico virão para atender as populações mais atingidas pelas secas, cai por terra ao simples conhecimento do caminho das águas.Nem os Inhamuns, nem o Sertão Central, nem a região de Crateús ou de Irauçuba seriam beneficiadas por essa obra. O que é preciso ser dito - e não está sendo divulgado - é que a maior parte das águas - que se armazenarão no Castanhão - serão transferidas pelo Canal da Integração (também conhecido como Eixão) para o Complexo Industrial e Portuário do Pecém. Não é à toa que os principais empreendimentos ali projetados - uma siderúrgica e duas termelétricas, que , além de extremamente poluentes, são consumidores vorazes de água e energia - não se viabilizariam sem as águas da transposição.É esse debate que nós queremos ver nas páginas de O POVO, um jornal que alcançou reconhecimento em seus 80 anos de vida, pelo seu espírito democrático e progressista.
João Alfredo Telles MeloFortaleza-CE
Um comentário:
em primeiro lugar para se ser um deputado estadual,ele tem de ser honesto e cumpri td oq se propos na campaha
e nao fik como alguns que ate hoje nao consertaram pça e nem viram a situaçao da saude q esta kd vez pior
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