quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

OPERÁRIOS DA FERROVIA PARALISAM ATIVIDADES

Os operários da Empresa Industrial Técnica S/A (EIT), responsável pela terraplanagem do leito da Ferrovia Transnordestina, paralisaram os trabalhos por falta de pagamento dos salários. Com a greve e também as chuvas registradas na região, o cronograma de obras fica ainda mais comprometido. Os trilhos da ferrovia já ultrapassaram o túnel que passa por baixo da CE-293, na localidade denominada "Café da Linha", na confluência dos Municípios de Missão Velha, Milagres e Abaiara. O trem de carga, que transporta trilhos, brita e dormentes, já está na cidade de Abaiara, no Cariri.

Sentado na beira da estrada, nas proximidades do canteiro de obras, o operário Francisco Manoel da Silva espera, pelo menos, que seja pago o 13º salário aos 70 operários que estavam trabalhando no trecho entre Missão Velha e Salgueiro. Manoel informou que ainda tem muito serviço a ser feito. "Sem a terraplanagem concluída, não é possível a instalação da superestrutura que consiste na colocação dos dormentes, da brita e dos trilhos. A não ser que seja contratada outra construtora", ressalva o operário.

A reportagem tentou contato com os escritórios de Fortaleza da EIT, porém nenhum dos telefones foram atendidos. O mesmo ocorreu com a Assessoria de Imprensa da empresa.

Longe da conclusão

Mesmo diante do entusiasmo do presidente Luiz Inácio da Silva que, na semana passada percorreu o trecho de 15km entre túnel e o marco zero, a Ferrovia está longe de ser concluída. A Construtora Aliança, que está instalando os trilhos, encontra outra dificuldade: as chuvas não têm permitido o andamento da obra. Os trilhos são arrastados por um trator de pneu que desliza no terreno molhado.

Depois da visita do presidente Lula, na semana passada, ao canteiro de obras, só foram instalados dois quilômetros de trilhos. Os equipamentos de instalação da superestrutura têm capacidade para conclusão de 800 metros de ferrovia por dia, trecho equivalente à implantação de mais de 1,3 mil dormentes. O engenheiro ferroviário, Cleiton de Jesus Gadelha, disse que, no momento, o equipamento está em fase de ajustamento. "Com o tempo, a obra deslancha".

Ele explica que a construção da ferrovia é realizada em duas etapas. A primeira é a infraestrutura, onde são realizados os serviços de terraplenagem e a preparação para a colocação de dormentes e trilhos, que prevê escavações de bueiros e a construção de pontes e viadutos. Depois dessa fase mais complexa, é que tem início a chamada superestrutura. "É quando a ferrovia parece ganhar forma, com a colocação de dormentes, trilhos e brita", explica o engenheiro.

Para a execução da superestrutura, segundo Cleiton, estão contratados cerca de 150 trabalhadores com o uso de máquinas e equipamentos especializados, tais como quatro locomotivas e 60 vagões. Há mais 100 trabalhadores preparando a plataforma para lançamento da superestrutura até Salgueiro.

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