Há um discurso na URCA que afirma que passamos de uma gestão privatista (anterior - NEOLIBERAL) para uma gestão pública (atual - "SOCIALISTA") de fato. Creio, que devemos refletir se de fato estamos vivenciando uma universidade pública. O público se confunde com o que é governo? Ou será que o público transcende o governo ou gestão que fala em seu nome? Muitos condenaram a gestão de André dizendo que estava atrelada ao governo de Lucio, mas o que dizer da atual gestão que defende sem nenhum pudor, sem nenhuma vergonha a postura do governo CID em relação às questões salariais (PCCV)? Uma universidade pública, creio eu, deve ser de qualidade, ou seja, capaz de ser independente e crítica sem ser ofensiva ou radical. Mas, quando temos gestores subordinados ao poder central, sejam eles de esquerda ou de direita, perdemos o significado da palavra PÚBLICO. O público envolve e vai além do governo ideológico e se insere na dimensão do universal (muito além do regional, nacional, mundial ou globalizado). E para que uma universidade seja de fato pública precisa necessariamente produzir conhecimento de qualidade sem a contaminação dos "agrotóxicos ideológicos" que são incorporados ou lançados no processo de criação do conhecimento. Confesso que me sinto "intoxicado" de "sementes geneticamente modificadas" nas premissas da esquerda que governa a URCA.
O aquecimento global proveniente da intervenção humana na natureza, nos alerta que existe um encadeamento complexo de fatos e fenômenos e que nada está isolado ou separado. Tudo está interligado! Então, como falar de uma universidade pública se o governo dela é partidário? Existe uma conexão clara e visível na fala de seu porta-voz: o "Dirceu" da URCA! Como ser pública sem ser ideológica? As gratificações em nossos contra-cheques não são salários efetivos. E pelo que sei, essas gratificações não deverão contar na aposentadoria. O que os professores da URCA solicitaram, na última assembléia que assisti, é que o grupo do governo do JEITO CERTO compreenda que os professores exigem salários dignos e não gratificações. Faz-se necessário sair do discurso e ir para a práxis num compromisso de responsabilidade social com a sociedade que nos paga e exige, com todo direito, uma educação pública (e não de governo), gratuita (sem ser de graça - porque alguém paga e no nosso caso quem paga é a sociedade e não o Estado, o Estado apenas administra) e de qualidade (sem estar contaminada com os "agrotóxicos ideológicos").
Toda universidade pública se apóia em três eixos: político, científico e tecnológico. Como está nossa URCA em relação a esses três eixos? Ela é política ou ideológica? Ela investe de fato em pesquisa de forma livre e independente, ou será que há interferências ideológicas na produção de conhecimento? E será que ela trabalha o eixo tecnológico em seu dois domínios: produtivo e o social? E se é verdade que ela trabalha no eixo tecnológico, como é se explica que um pró-reitor envie um memorando afirmando categoricamente a sua indiferença pela extensão universitária (tecnologia social), dizendo: "não temos dinheiro e nem transporte para os trabalhos de campo" - mas financia dois "mx" (?) reais para um evento político-estudantil de seu interesse?
Uma universidade pode ser pública sem apoiar as extensões universitárias realizadas com afinco por professores e alunos? Não! Essa universidade de fato não é pública mas de governo ideológico (partidário): "dane-se a prática social, o que vale é o discurso social e o voto na próxima eleição no ano que vem". Eis a questão do JEITO CERTO!
Texto assinado pelo Prof. Bernardo Melgaço da Silva - (88)9201-9234 - bernardomelgaco@hotmail.com
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