Os dados da pesquisa Mapa da Violência 2010 apontam para a interiorização dos casos de homicídio no Brasil. Enquanto nas capitais brasileiras houve, em média, redução de 19,8% e nas regiões metropolitanas a queda foi de 25%, os municípios do Interior registraram crescimento de 37,1%.
Dentre os trezentos municípios brasileiros com maiores taxas de homicídio, quatro ficam no Ceará. O primeiro município cearense a figurar na lista dos mais violentos é Barbalha, no Cariri, em 88º lugar e taxa de 57 homicídios por 100 mil habitantes. Na lista das 300 cidades com taxas mais altas de homicídio, aparecem ainda São João do Jaguaribe, Fortaleza e Crato (veja lista dos dez mais violentos no quadro ao lado).
O secretário-adjunto da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Estado (SSPDS), Nival Freire, disse ao O POVO que não há como comparar o perfil de violência dos municípios do Interior no período avaliado pela pesquisa com o existente hoje.
Segundo ele, vários fatores podem ter contribuído para o aumento dos índices de homicídios em cidades menores. ``Muita gente fala de êxodo rural; outros dizem que o aparato na Capital fez com que os crimes migrassem para o sertão; e outros citam o aumento do consumo de drogas. É difícil saber o que motivou esse aumento``, pontua.
O prefeito de Barbalha, José Leite, diz que a onda de violência no município vem diminuindo desde que foi implantado o programa Ronda do Quarteirão, em junho de 2009. Ele cita o assassinato de dois policiares militares, em fevereiro, como um dos ``poucos homicídios a bala registrados`` nos últimos meses.
Quanto ao período da pesquisa, de 1997 e 2007, o prefeito atribui o histórico de violência à proximidade com a região de fronteira com Pernambuco. ``Estamos próximos de municípios tradicionalmente violentos, como Salgueiro. Acredito que tenha havido uma migração da criminalidade``, avalia.
Na mesma linha, o delegado regional de Russas, Luciano Barreto, argumenta que os criminosos procuram os locais com menos aparato policial para agir. "a partir do momento em que há um reforço do policiamento nas cidades maiores, os municípios do Interior passam a sofrer com essa situação com mais frequência", destaca.
Jornal O Povo
Nenhum comentário:
Postar um comentário