segunda-feira, 1 de junho de 2009

Revitalização está mais próxima





Passados três anos de movimento socioambiental e uma promessa do governo Cid Gomes, a implantação do parque estadual no perímetro urbano de Crato avança a passos delongados



Em virtude da lentidão na implantação do Parque Estadual Sítio Fundão, no final de 2008, a ameaça de destruição voltou-se para o patrimônio edificado no sítio. O efeito disso foi o arrombamento com depredação do sobradinho de taipa e a urgente necessidade de melhoria na vigilância do lugar. O fato desagradou a uma equipe de ambientalistas, que logo reagiu por meio de uma nota a imprensa, divulgada em blogs, rádios e jornais. A Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace), justificou a situação indejesada e, para aliviar as cobranças, prometeu melhorar sua atuação naquela área.

Na mesma época, o escritório de arquitetura contratado para a revitalização das construções, denominado Architectus, enviou dois pesquisadores da capital para ajudar no planejamento dos trabalhos e para viabilizar a implantação do espaço museológico. Ao chegar a Crato, a dupla Manuelina Duarte e Naudiney Gonçalves obteve o apoio dos ativistas locais, que forneceram sugestões, depoimentos, imagens e objetos para o memorial. Uns três meses depois, o escritório, a museóloga e o historiador ainda estavam estudando a melhor forma de revitalização do patrimônio ameaçado. Até então, a demora era explicada pelos procedimentos necessários para a finalização do projeto arquitetônico e do projeto museográfico que contempla a realização de uma exposição sobre o tema de interesse coletivo.

Finalizado por Gerson Lima, o projeto arquitetônico poderá incluir uma construção na entrada do sítio Fundão, com auditório e função educativa. Além disso, prevê a restauração das casas e do engenho de madeira, bem como a transferência do escritório da Semace para lá e a designação de uma unidade policial. Uma vez instalado na casa-sede, o memorial do sítio terá uma sequência de salas com maquetes, objetos, imagens e som. O acervo informará sobre o Geotope Batateiras, o rio Batateiras, a paisagem do sítio Fundão, o ex-proprietário Jeferson da Franca Alencar e o movimento socioambiental que revalorizou aquela área. Atualmente, entendida como um bem natural e histório de relevância estadual.

Após muita persistência, chegaram informes com novas doses de esperança. Segunda-feira, 1º de junho, será a assinatura da ordem de serviço para o início dos trabalhos de implantação do almejado parque. Dizem os governistas, que a obra será executada no período de 180 dias e que está orçada no valor de R$ 1.135.417,66. A obra reduzirá, dentre outras coisas, a preocupação dos ativistas de Crato, porque as chuvas constantes cortaram a estrada de acesso e comprometem a rústica estrutura da casa-sede. Sem um escoamento eficiente para a água, aumenta a visível vunerabilidade do sobrado, da estrada e das trilhas.

*Eldinho Pereira da Silva é professor, pesquisador e ativista ambiental em Crato.

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