sábado, 13 de fevereiro de 2010

Inflação do carnaval será salgada para os foliões





Os foliões brasileiros vão pagar mais caro este ano pelos produtos e serviços ligados ao carnaval, afirmou nesta quarta-feira, 10, o economista André Braz, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).

Os produtos e serviços demandados no carnaval acumularam de fevereiro de 2009 a janeiro de 2010 um aumento médio de 4,97% em relação ao ano anterior, enquanto o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu 4,42%. “O que tem pressionado o carnaval deste ano são serviços que já vinham aquecidos de um período anterior à crise internacional”, disse o economista.

Braz destacou que o folião, ao buscar mais por serviços como a alimentação fora de casa e o consumo de bebidas alcoólicas no período carnavalesco – poderá pagar mais. "Então, em relação ao ano passado, chope e cerveja subiram 9,57%. E os aumentos podem não parar por aí. Porque exatamente no feriado, como a demanda é muito aquecida, pode ser que o folião ainda encontre aumentos superiores a esse percentual.”

O mesmo ocorre em relação a bares e restaurantes. “Tentar fazer um lanche ou uma pequena refeição no carnaval vai custar 6% ou 7% mais caro. Tal situação vai fazer o carnaval de 2010 ser mais caro do que o de 2009, justamente porque nós captamos aumentos acima da inflação média. O folião vai ter que desembolsar um pouco mais em relação ao carnaval do ano passado para curtir os dias de folia.”

Dentre os itens pesquisados pela FGV, o maior aumento observado nos últimos 12 meses foi o do álcool combustível (27,33%), devido à quebra da safra de açúcar na Índia. “O mercado mundial passou a demandar mais açúcar brasileiro. Isso fez com que aumentasse o preço do açúcar, como o do álcool combustível e o de bebidas destiladas também, que subiram, no período, 13,65%”, explicou o economista.

Apesar de não pesquisar diretamente fantasias de carnaval, a FGV apurou que tecidos subiram mais do que a inflação, atingindo alta de 5,48%. Já os aviamentos para costura e mão de obra de costureiras ficaram abaixo do IPC, com 4,29% e 3,49% de aumento, respectivamente.

Agência Brasil

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