Um país que não prestigia seus talentos não vai chegar a lugar algum, não terá futuro. Pois veja só mais essa e saiba que não é só no futebol que
exportamos talentos:
A Coca-Cola levou 25 anos em intrincadas pesquisas secretas para desenvolver a Coca Zero, hoje um tremendo prodígio em vendas.
O maior sucesso da empresa em 40 anos!
Mas e o que o sucesso de uma das maiores multinacionais do mundo tem a ver com o pobre Brasil desperdiçar talentos?
Você sabia? o pesquisador master do projeto Coca Zero, o
cérebro por trás do sucesso, um cara super valorizado e comemorado pelos súditos de Mister Bush é um tal de doctor Silva. Só pode ser brasileiro com esse nome né? e se eu lhe disser que o primeiro nome dele é Raimundo?
Pois é, o cara atende por doctor Raimundo Alves da Silva,
nascido no sertão seco e sofrido do Ceará! Vale a pena conhecer sua incrível história que aqui resumo, com alguns floreios, confesso, de uma entrevista dele numa revista americana:
A cidade natal de nosso doutor Raimundo é uma tal de Arneiroz (Arnei o que? quem ouviu falar?). Ela fica no alto sertão cearense, conhecido lá como região dos Inhamuns, 400 km ao sudoeste da capital Fortaleza. Lugarzinho longe de tudo, um poeiral danado e de muita miséria. Quando ele nasceu, há 45 anos, Arneiroz tinha só 6 anos que havia se emancipado do município de Tauá. Não tinha quase nada em Arneiroz da civilização tecnológica. Coca-Cola só tinha em Tauá!
A família Silva morava na zona rural, em um sítiozinho
distante da cidade, de colégio, posto de saúde e tudo o mais. Na casinha da família não havia nem luz, água encanada, piso, nem fogão!
O pai de nosso gênio de cabeça chata se mandou de lá fugindo da seca para São Paulo. Somente depois de algum tempo e de arranjar emprego numa obra (depois, melhor de vida foi porteiro) e conseguir um barraco, trouxe a mulher e
mais cinco filhos. O da barriga morreu no caminho e o Raimundim, seu nome familiar, era o mais novo, o caçula. Portanto o nosso herói aqui foi um pau de arara!
Quando chegou em Sampa, com seis anos, ele já era meio assim autodidata. Praticamente se alfabetizara sozinho, já que pouco conseguia ir à escola no sertão, porque ficava muito longe de casa e o 'fusca' da família, um jumento, morrera de fome e sede na seca. A mãe era analfabeta e o pai quase, mas mesmo assim, naquele tempo, cuidava só da roça, da sobrevivência, não tinha tempo para ensinar os moleques.
Ele, na entrevista, cita agradecido ao pai, pobre mas
trabalhador e dedicado à família e que em São Paulo fez muitos
sacrifícios para que nosso dedicado Raimundo estudasse e se formasse (como ele diz: 'e virasse gente'). Esforçado, persistente,
'inteligente da gota', dedicado ao extremo e outros adjetivos mais,
ele conseguiu passar no vestibular para a Química da USP e a partir daí decolou!
Após graduar-se, conquistou uma bolsa de uma ONG para
pós-graduação em Campinas, depois outra para mestrado, seguida de doutorado no famoso Massachusetts Institute of Technology - MIT, nos States.
Foi contratado pela Coca em Atlanta e lá fez uma ascendente e brilhante carreira. É hoje um nome tremendamente respeitado e valorizado no meio acadêmico, tecnológico e científico dos Estados Unidos. É o cara! É uma história bonita, de sucesso e digna de exemplo a desse cearense! Quando beber uma Coca Zero, lembre-se que seu alquimista inventor foi
um brasileiro, nascido bem pobre, fugido da seca, que venceu por esforço próprio.
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Caterina Velleca Bernardi
Licenciatura em Ciências Físicas, Químicas e Biológicas.
Especialização em Biologia.
Doutoranda em Energias Renováveis pelo
Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN)
da Universidade de São Paulo (USP)
Samtronic Ind. e Com. Ltda
www.samtronic.com.br
samtronic@samtronic.com.br
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