terça-feira, 2 de junho de 2009

Casa de Caridade completou 140 anos de fundação

No dia 2 de fevereiro de 1865, o padre sobralense, José Antônio Maria Ibiapina, fundou no município de Missão Velha, a primeira das quatro Casas de Caridades construídas na região do Cariri. As outras foram construídas em 1869 nos municípios de Crato, Barbalha e Milagres, respectivamente. Quando criou as casas, padre Ibiapina, num ato de solidariedade, acolhia e ajudava pessoas carentes que estavam doentes e também crianças abandonadas.

Das quatro unidades, apenas a do Crato continua funcionando. Fundada no dia 7 de março de 1869, ela funciona atualmente no terreno da Rádio Educadora do Cariri, que pertence a Diocese do Crato. O prédio foi reformado, mas parte do edifício ainda permanece com sua arquitetura original. De acordo com o livro Evolução Urbana e Arquitetura do Crato, do arquiteto Waldemar Arraes de Farias, “as Casas de Caridade serviam também como escolas para meninas, oferecendo-lhes educação moral e trabalho”, escreveu.


A Casa de Caridade do Crato é hoje administrada pela madre Maria Carmelina Feitosa, que assumiu o comando em 1961, a convite do bispo diocesano da época, Dom Vicente de Araujo Matos. Madre Feitosa, como é mais conhecida, diz que encontrou a instituição com doze moças idosas, criadas pelas beatas do padre Ibiapina, além de um orfanato com setenta meninas e um projeto de assistência social que atendia dezenas de famílias com alimentação e alguns medicamentos. “Esse projeto permanece até os dias de hoje”, disse Madre Feitosa.

Com oitenta e sete anos de idade, Madre Feitosa disse ainda que apostou na educação para garantir a sobrevivência da Casa de Caridade e dos projetos deixados pelo padre Ibiapina. Ela se dispôs a montar uma escola dentro da Casa de Caridade, com uma professora e seis alunas. A iniciativa deu certo e hoje, com 1.500 estudantes e dezenas de professores, o projeto se transformou em um dos maiores colégios do Cariri: o Pequeno Príncipe. “Sinto-me realizada na certeza de ter cumprido com meu dever e seqüenciado o projeto do idealizador, padre Ibiapina”, concluiu a madre.

Jornal do Cariri

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