domingo, 7 de setembro de 2008

CID ADMITE QUE FARÁ CAMPANHA ONDE HÁ DIVISÃO DE ALIADOS





O governador Cid Gomes (PSB) vai começar, na semana que vem, a percorrer os municípios do Interior pedindo votos para seus aliados. Ele declarou ontem, durante visita ao Empreender 2008, na sede do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), que vai identificar os locais onde a base do Governo do Estado está unida. "Esses (municípios) são prioritários".

Ele citou Sobral e Tauá, cidades onde os partidos que lhe dão sustentação política estão juntos. No entanto, o governador irá, sim, a locais onde partidos aliados de sua administração estejam em palanques diferentes. Cid avisou que irá se desculpar com uma das partes, mas que terá de cumprir compromissos do passado.

"Tem alguns municípios em que eu tenho compromissos pessoais. Vou me desculpar, vou pedir para ligarem antes para os partidos que têm candidatos (aliados em outro palanque). Infelizmente, são compromissos pessoais", justificou sobre a opção de apoiar um dos lados.

"São compromissos que eu assumi pessoalmente há muito tempo atrás, na época em que eu era militante partidário. Vou ter o cuidado de me desculpar", declarou ele. Disse ainda que não fará nenhuma campanha agressiva. "Não é meu estilo fazer campanha de agressão. Vou procurar enaltecer os méritos das candidaturas", explicou.

No último dia 12, O POVO mostrou que o governador deverá ir, além de Sobral de Tauá, a Limoeiro do Norte, Caucaia e Viçosa do Ceará - segundo informações de um de seus assessores, Almircy Pinto. Os critérios para a escolha dos locais são gratidão e amizade.

A primeira prova de fogo de Cid para mostrar que cumpriria com os compromissos políticos acertados no passado foi rejeitar o apoio à sua ex-cunhada, a senadora Patrícia Saboya (PDT), na disputa pela Prefeitura de Fortaleza. O governador declarou apoio, participou de atos de campanha e até mesmo gravou programa para o horário eleitoral da prefeita candidata à reeleição Luizianne Lins (PT).

Outro espinhoso desafio para o governador no quesito base de sustentação é a campanha no Interior. Desde que assumiu, poucos foram os partidos que ficaram de fora do seu guarda-chuva de aliados. Nem mesmo o PSDB - derrotado em 2006 ao tentar reeleger Lúcio Alcântara - distanciou-se do Palácio Iracema, indicando Marcos Cals para a pasta de Justiça e tendo ainda Bismarck Maia, que se licenciou da legenda, no comando do Turismo.

Na Assembléia Legislativa, apenas Heitor Férrer (PDT) e Adahil Barreto (PR) declaradamente fazem oposição à administração estadual. O PSDB ameaçou romper em algumas ocasiões - como no caso da discussão sobre a redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) -, mas os tucanos permanecem na base de Cid.

Jornal O Povo

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