O projeto de crescimento econômico do Brasil esbarra em novos casos de violações dos direitos humanos, além dos abusos já existentes, aponta a Anistia Internacional. "Na política de expansão econômica do Brasil, como no próprio PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), há falta de consideração das necessidades das populações mais carentes", afirmou o pesquisador da Anistia para as Américas, Tim Cahill. Os casos mais graves, afirma Cahill, estão no Rio de Janeiro, com operações policiais "violentas e discriminatórias". Ele avalia que a construção de muros em favelas, pelo governo de Sérgio Cabral, é "um símbolo da maneira como o Estado tem tratado o problema das comunidades mais vulneráveis". "É a exclusão da comunidade (da favela) do resto da sociedade." Ele também criticou a Operação Saturação, do governo José Serra (PSDB), na favela Paraisópolis, em São Paulo. Para Cahill, o problema é que as comunidades são ocupadas temporariamente pela polícia sem um pensamento estratégico e, depois que ela sai, os problemas voltam. O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), classificou como "covardia" a posição da Anistia. "Os muros não excluem. Eles são, isto sim, os muros da inclusão. A demagogia de achar que muro impede o ir e vir é uma grande covardia com quem mora nessas comunidades. Todo mundo que diz isso, na sua casa tem muro, tem uma divisão de áreas." A Secretaria de Segurança de São Paulo também repudiou a crítica sobre a Operação Saturação. Informou que ela foi a primeira fase de um projeto maior, a Virada Social, que prevê 130 ações de diversas áreas da administração na favela Paraisópolis. A reportagem procurou o secretário especial dos Direitos Humanos, Paulo Vannucchi, mas ele não foi encontrado.
Agência Estado
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