O início do período invernoso vem acompanhado de uma fartura de frutas que alimentam o sertanejo, melhoram a renda familiar e transformam a região em um pomar. O Cariri começa a colher a safra de manga. A maior parte da produção fica perdida. "Não tem quem dê vencimento", diz o agricultor Expedito Guedes, coordenador do "Cariri Frutas", evento que tem como objetivos fortalecer o setor, contribuir para a geração de emprego e renda para os produtores e, sobretudo, fomentar a instalação de uma indústria de beneficiamento das frutas que são jogadas fora ou utilizadas como alimento para os animais, como os porcos.
Expedito reafirma que "a fruticultura é uma das atividades econômicas estratégicas, com potencial para responder bem aos investimentos públicos e privados por meio da geração de renda e emprego estáveis no meio rural". No entanto, não há um aproveitamento industrial. A manga, por exemplo, está "fazendo lama", no sopé de serra do Crato.
Apesar da grande produtividade, não são encontradas mangas nativas no mercado de frutas do Cariri. O motivo é econômico. Um cento de mangas está sendo vendido a R$ 5,00. "Não paga nem o frente", diz Expedito, explicando que "não compensa você trazer dois caçuás de manga para vender por 5 reais. É melhor dar para os animais". O agricultor Pedro Henrique do Nascimento está alimentando os porcos com manga. Ele justifica que sai mais barato do que ração própria para o animal.
fonte: Diário do Nordeste
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