sexta-feira, 17 de setembro de 2010

BRADESCO PROMETE REAJUSTE SÓ PARA ALGUNS BANCÁRIOS E DISCRIMINA A MAIORIA

A direção do Bradesco prometeu em reuniões internas conceder aos gerentes de agências reajustes salariais entre 12% e 24%. O percentual de reajuste de cada funcionário seria definido pelo gerente geral da agência. Além de diferenciar os gerentes sem qualquer avaliação baseada em critérios claros, a proposta discrimina os demais bancários, também responsáveis pelos altíssimos lucros alcançados pelo banco. As informações foram recebidas pela Contraf-CUT de funcionários do banco de várias regiões do país.

"Não que sejamos contra o aumento, os gerentes de contas certamente merecem essa valorização, que temos cobrado na mesa de negociação. O problema é a forma como ele chega, discriminando os demais trabalhadores e criando diferenciações entre os próprios gerentes", afirma Elaine Cutis, coordenador da Comissão de Organização dos Empregados (COE) dos Bradesco.

"Além disso, durante a discussão na mesa de negociação permanente sobre a criação de um Plano de Carreira, Cargos e Salários com critérios transparentes, o Bradesco afirmou que já tem uma 'carreira fechada' dentro do banco. Mas quais são os critérios adotados para deixar de fora desse aumento tantos trabalhadores? O banco está se contradizendo e desvalorizando o processo de negociação", afirma a dirigente.

Os trabalhadores cobram do banco a implantação de um Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) transparente e com critérios claros para garantir a valorização de todos os funcionários e corrigir distorções que hoje ocorrem, com trabalhadores da mesma função e com o mesmo tempo de casa ganhando salários diferentes.

"Os funcionários do Bradesco estão insatisfeitos com isso já há bastante tempo, e uma atitude discriminatória como essa do banco está piorando a situação", afirma Elaine. "A criação de PCCS em todos os bancos é uma das reivindicações da Campanha Nacional dos Bancários 2010, juntamente com aumento real de salário, PLR maior, fim do assédio moral e das metas abusivas e outras. É fundamental que os bancários do Bradesco participem para que possamos arrancar do banco estas conquistas", defende.

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