sexta-feira, 29 de maio de 2009

Manifesto em defesa do professor Emanoel

Segue abaixo um manifesto que está sendo divulgado pelo Sindicato dos Docentes da URCA (sindurca) acerca de uma perseguição sofrida por um professor da UVA. O Sindurca pede que as pessoas sejam solidárias e assinem o manifesto.



MANIFESTO EM DEFESA DO PROFESSOR EMANOEL LIMA

Repudiamos de forma firme, categórica e contundente os esforços que visam destruir profissional, política e moralmente a figura do professor Emmanoel Lima, docente da Universidade Vale do Acaraú (UVA). Os fatos que seguem elucidam as razões do presente manifesto:

1º) Em março do ano vigente, foi editado pelo Diário Oficial do Estado a publicação da renovação de afastamento de Emmanoel Lima para cursar o quarto ano do doutorado em Sociologia pela Universidade Federal do Ceará;

2º) Nos dias seguintes, o professor Emmanoel foi procurado pelo coordenador do seu curso para que retornasse à instituição em que ele se encontra lotado com vistas a assumir uma disciplina;

3º) Emmanoel Lima argumentou que esse ato seria impossível, uma vez que estava legalmente afastado com Portaria já devidamente publicada no Diário Oficial do estado e, portanto, não havia sentido ou coerência no pleito suscitado pelo preclaro coordenador do curso de Ciências Sociais da UVA;

4) Como resposta, o coordenador remeteu ao setor de Recursos Humanos hipotéticas faltas de Emmanoel Lima, ação que incontinente produziu um efeito devastador sobre a vida do professor, uma vez que o seu salário sofreu um corte da ordem de mais de 2.000 reais;

5) Depois de sofrer o corte do seu salário, o professor Emmanoel buscou diplomaticamente solucionar a querela, procurando, inclusive, o reitor da instituição de ensino superior em comento, objetivando sustar as ações que lhe trouxeram prejuízos de natureza profissional, pessoal, material e psicológica;

6. Como não encontrou saídas negociadas para o seu problema, com o apoio de organizações sindicais, dentre as quais SINDURCA, SINDUECE e ANDES/REGIONAL I, o professor Emmanoel, por meio de mandado de segurança, conseguiu sustar a perversidade que constituía a interrupção dos seus rendimentos;

7. Não satisfeito com a iniqüidade em tela, vem se engendrando um movimento, ainda que diminuto e localizado, visando desqualificar a trajetória de Emmanoel, fato que merece nosso mais veemente repúdio. Como se não bastasse à ignomínia praticada, com o irresponsável corte do salário de um profissional legalmente afastado para fins de formação acadêmica, vem à tona uma torrente de agressões de matiz moral.

8. Nesse contexto, surgem afirmativas de que o professor Emmanoel Lima esteve afastado por anos da UVA, uma forma hedionda de impingir-lhe a pecha de irresponsável, olvidando premeditadamente que ele esteve durante alguns anos em regime de cessão à Universidade Regional do Cariri, instituição co-irmã da Universidade Vale do Acaraú;

9. Durante os anos em que esteve na URCA, o professor Emmanoel Lima mostrou-se não apenas um acadêmico compromissado com a sala de aula e os seus alunos, com as palestras e demais atividades universitárias, mas, do mesmo modo, mostrou-se um sindicalista combativo e politicamente coerente, fato que explica as perseguições políticas que sofrerá entre os anos de 2004 e 2006, quando pugnou diuturnamente, ombro a ombro com o movimento sindical, para permanecer na URCA, local em que desempenhava o papel de presidente da seção sindical do ANDES;

10. Refluída a luta direta, fracassadas as tentativas de negociação política e no redemoinho de um embate no terreno jurídico, Emmanoel Lima foi aprovado em seleção de doutorado, em 2005, para início de curso em 2006, no Programa de Pós-Graduação em Sociologia da UFC, manteve-se legalmente afastado por três anos e conseguiu a renovação do seu afastamento por mais um ano, momento em que ocorreu o fato cuja origem, conteúdo e desdobramentos foram acima delineados.

11. Os intelectuais, que sempre estivemos no bom combate contra todas as formas de perseguição, explícitas ou veladas, bem como do autoritarismo, quer aquele escancarado, quer aquele vilmente disfarçado sob a capa da democracia e dos bons modos, manifestamos a nossa incondicional solidariedade ao professor Emmanoel Lima, reafirmando a necessidade de que cessem não apenas as tentativas de rasgar o direito de um docente de efetuar a sua qualificação profissional, mas, igualmente, seja cessada a política mal alinhada de despojá-lo daquilo que lhe é mais sagrado: a dignidade humana e profissional.

ASSINAM O MANIFESTO:

FRANCISCO AUGUSTO SILVA NOBRE

Um comentário:

Salete Maria disse...

Parabenizo o Sindurca pela defesa de um professor da UVA!