terça-feira, 26 de maio de 2009

Tons de Totonho



Carlos Normando, professor, escritor e cineasta da cidade de Fortaleza, possui oito documentários produzidos. Entre eles, “Tons de Totonho”, um curta-metragem de 19 minutos que conta a história do agricultor Antônio Gomes da Silva, um cearense da cidade de Mauriti, que além de trabalhar na roça, confecciona instrumentos musicais. Um verdadeiro luthier, responsável por construir, manter e afinar instrumentos, entendendo as especialidades de cada um deles de maneira fantástica.

O filme tem chamado a atenção do público pela emoção que transmite. O lançamento, no sítio São Félix, a 10km da cidade Mauriti, lugar onde o protagonista do filme mora há mais de 50 anos, foi um dia único para aquele povoado do interior do Ceará.
Totonho começou a trabalhar com a confecção de instrumentos de corda há cerca de 20 anos. Seu pai, violeiro, fazia suas próprias violas em casa, e foi neste ambiente que ele cresceu e desenvolveu a arte que virou filme.

O documentário fala da vida real de um sertanejo, que podia ser apenas mais um entre tantos agricultores, mas Totonho tinha algo de diferente: a veia artística. Ele sempre buscou aperfeiçoar o dom e hoje seus instrumentos, já correm o mundo, em orquestras do Brasil e do exterior, tornando o agricultor um dos Mestres da Cultura do Ceará, em 2007, pela Secretaria de Cultura do Estado do Ceará.

Normando conta como surgiu a idéia do filme. Ele diz que sempre foi muito observador e ao ler algumas notas de jornal com assuntos interessantes, desconfia, “isso pode dar um filme”. Foi assim com Tons de Totonho. “Vi uma foto do luthier Antônio Gomes da Silva com seu violino, em um jornal de Fortaleza e a informação de que se tratava de uma pessoa de Mauriti que vendia os instrumentos até para o exterior me chamou a atenção.

A idéia passou um bom tempo sendo curtida até chegar a informação de que Totonho tinha sido escolhido um dos doze Mestres da Cultura do Ceará de 2007, aí fui parar em Mauriti”, diz o cineasta.“Fui conversando, anotando, descobrindo coisas e, só depois, na edição eletrônica é que o documentário foi surgindo”, ressalta, acrescentando que dá muito trabalho, mas que o prazer é proporcional.

Jornal do Cariri

2 comentários:

OFICARTE disse...

Você teria o contato do Mestre Tontonho?

Unknown disse...

Tbm gostaria do contato