Quem acha que Fortaleza não corre risco de perder uma das vagas de cidade-sede da Copa do Mundo de 2014, é melhor começar a repensar. O discurso do ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Valmir Campelo, foi claro. “Fiquei muito preocupado quando vi as obras de mobilidade urbana da cidade”, disse, em evento no auditório da Secretaria do Esporte do Ceará, ontem. E completou: “Tem gente que diz que não existe possibilidade de redução de sedes, mas existe, sim”.
Nascido em Crateús, o ministro é relator de contas das cidades envolvidas na Copa de 2014. “Como amante de futebol e cearense, não desejo que o Ceará perca essa oportunidade”, diz.
Campelo ressaltou, assim como o secretário especial da Copa, Ferruccio Feitosa, que já entrou em contato com a Prefeitura de Fortaleza, responsável pela maioria das obras de mobilidade. “Estamos sempre em contato e temos um bom diálogo. Eles me dizem que está tudo no prazo”, conta Ferruccio.
Um exemplo dado pelo ministro foi em relação às desapropriações da Comunidade do Trilho, que margeia a Via Expressa. “Isso tudo tem que começar a ser feito logo, pois envolve a Justiça. As pessoas entram com ação e isso pode atrasar mais”, explica Campelo.
Quem também se mostrou preocupado foi o secretário de Esportes do Estado, o deputado Gony Arruda. “A Fifa quer de oito a 10 sedes. Se bobear eles diminuem mesmo”, cometa. O próprio presidente do Comitê Organizador da Copa, Ricardo Teixeira, apontou a questão do transporte como problema da Capital, quando acompanhou visita de comitiva da Fifa a Fortaleza, em 2009.
O POVO entrou em contato com o órgão da Prefeitura responsável pela mobilidade urbana da cidade para a Copa e recebeu resposta por nota oficial. “Os projetos básicos e executivos no eixo de infraestrutura para a Copa de 2014 em Fortaleza estão em elaboração em fase avançada”. De acordo com o gestor da Coordenadoria de Projetos Especiais, Relações Institucionais e Internacionais (Cooperii), Geraldo Accioly, ‘já iniciamos os processos de indenizações e desapropriações na avenida Raul Barbosa.
ENTENDA O CASO
JANEIRO DE 2010
Divulgação dos detalhes do edital de licitação para a reforma e modernização do Castelão.
MARÇO
Três consórcios e uma empresa apresentaram propostas para a reforma do estádio Castelão.
MAIO
Ministério Público de Contas pede a suspensão da licitação das obras do estádio.
JULHO
São abertos os envelopes com as propostas de preços dos consórcios para administrar o Castelão por oito anos.
SETEMBRO
A Procuradoria Geral do Estado (PGE) divulga o resultado da licitação.
OUTUBRO
Pela primeira vez o Governo reconhece que a realização da Copa das Confederações de 2013 em Fortaleza está comprometida.
NOVEMBRO
Fim da licitação. Consórcio Arena Multiuso vence.
DEZEMBRO
Início das obras no estádio Castelão.
Emmanuel Macêdo
emmanuelmac@opovo.com.br
fonte: jornal O Povo
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