Dois terços das famílias extremamente pobre no Brasil, alvo de um novo programa do governo para acabar com a miséria, a ser lançado nas próximas semanas, já são beneficiárias do Bolsa Família. De acordo com um estudo divulgado nesta sexta-feira (20) pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), 66,7% da população em situação de extrema pobreza residem em domicílios atendidos pelo programa.
O governo deve lançar nos próximos meses um novo programa de combate à pobreza extrema, cujo objetivo é tirar mais de 16 milhões de brasileiros da miséria. Ainda de acordo com o anunciado pelo governo, o projeto terá como foco as famílias cuja renda per capita é de até R$ 70 por mês.
Os números nos quais o Ipea se baseia, da Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios de 2009, são diferentes dos utilizados pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome para planejar o Brasil sem Miséria, que utiliza dados do Censo 2010.
A pesquisa do Ipea mostra que metade das pessoas cuja renda está abaixo da linha da pobreza está desempregada. Entre os que trabalham, apenas 0,4% têm carteira assinada e 14% ganham menos de um salário mínimo. O Bolsa Família responde por um total de 39,7% da renda dessas famílias.
Os dados apontam ainda que metade dessa população tem acesso a algum tipo de telefone e possui fogão, geladeira, rádio e televisão em casa. Apenas 2,9%, entretanto, têm computador. Mais de 90% deles residem em moradias com acesso à luz elétrica, mas apenas 29,7% em casas com água e rede de esgoto.
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