quarta-feira, 16 de julho de 2014

Sociedade civil promove discussão alternativa a encontro do BRICS e questiona lógica econômica oficial

Enquanto chefes de Estado do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul e outras autoridades da política institucional se reúnem durante a VI Cúpula do BRICS em Fortaleza (Estado do Ceará) e em Brasília, nesta quarta-feira, 16 de julho, para discutir a agenda hegemônica do crescimento econômico e a criação de um banco de desenvolvimento multilateral para as nações, representantes da sociedade civil organizada desses cinco países realizam discussão em paralelo. Na capital cearense, o evento Diálogos sobre desenvolvimento - Perspectivas dos povos sobre os BRICS debate a lógica oficial e suas alternativas.

A intenção é discutir as implicações da consolidação do BRICS para as sociedades que dele participam e constituir um processo de diálogo permanente e uma ação comum com organizações, movimentos e redes parceiras dos países do bloco. "Acreditamos que os impactos — positivos ou negativos — dos BRICS no sistema internacional e em nossas sociedades dependem da capacidade dos povos de se mobilizarem, debaterem e disputarem os rumos de seus países e das coalizões internacionais que integram”, aponta a organização do evento.

As vozes paralelas dos movimentos sociais sobre o BRICS defendem que se reforcem laços e iniciativas comuns entre si, com vistas a monitorar e incidir sobre o formato, mandato, objetivos e os projetos do novo banco, que será criado pelo grupo internacional. "Visando a que ele não se torne mais um instrumento de violação de direitos e injustiças sociais a ambientais, como é o caso de bancos nacionais e investimentos de nossos países”, defende.

Promovido pela Rede Brasileira pela Integração dos Povos (Rebrip), em organização coletiva com diversos setores dos movimentos sociais, o objetivo é fomentar discussões para a construção de uma ação articulada das sociedades civis organizadas dos países do BRICS. O evento paralelo também pretende fortalecer alianças de lutas contra o atual modelo de desenvolvimento econômico, que tem sido marcado, segundo a organização, pelo saque dos territórios e violações de direitos de diferentes ordens.

A organização do Diálogos sobre desenvolvimento destaca que o peso demográfico e o crescente poderio econômico dos países do bloco são muito significativos. A população dos cinco países chega a quase metade da população e da força de trabalho do planeta; o território somado entre os membros do bloco ocupa 26% da área mundial.

site da Adital 

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