domingo, 20 de julho de 2014

Quando os políticos ficam mais ricos

Metade dos 18 governadores que vão tentar se reeleger na disputa de outubro ficou mais rica nos últimos quatro anos, segundo dados entregues à Justiça Eleitoral. A outra metade, de acordo com as declarações de bens, empobreceu.
O candidato que mais enriqueceu nos últimos quatro anos é o governador do novo Estado do Tocantins, Sandoval Cardoso (SDD): seu patrimônio aumentou R$ 11,6 milhões.
Em 2010, ele declarou que seus bens valiam R$ 2,5 milhões. Agora, declarou R$ 14,1 milhões, um crescimento de 462%. Suas novas posses incluem uma fazenda de R$ 5,4 milhões e uma BMW de R$ 125 mil. Na última eleição, Cardoso foi eleito deputado estadual.
Em 2014, foi escolhido por seus colegas de Assembleia Legislativa para governar Tocantins, depois que o governador Siqueira Campos (PSDB) e o vice, João Oliveira (DEM), renunciaram. Marconi Perillo (PSDB), governador de Goiás, é o segundo do ranking que leva em conta a evolução patrimonial em quatro anos. Ele ficou R$ 2,1 milhões mais rico desde 2010, quando declarou um patrimônio de R$ 1,6 milhão. Neste ano, esse valor passou a R$ 3,7 milhões, um aumento de 131%. Entre seus novos bens estão "bovinos, bufalinos e equinos" avaliados em R$ 1,2 milhão. O governador do Pará, Simão Jatene (PSDB), também faz parte do grupo de candidatos à reeleição que enriqueceu no período.
Na eleição anterior, ele disse que suas propriedades valiam R$ 1,2 milhão. Neste ano, passou a R$ 3,2 milhões, um crescimento de R$ 1,9 milhão ou 153%. Aparecem entre suas novas posses um apartamento de R$ 950 mil, a "aquisição de uma lancha" de R$ 137 mil e créditos decorrentes de empréstimos.
Critério
Para comparar as declarações de bens atuais com as anteriores, o jornal "O Estado de São Paulo" atualizou os valores apresentados em 2010 levando em conta a inflação do período. Os números (saldos em conta corrente, dinheiro em espécie, poupança e investimentos de renda fixa) foram corrigidos de acordo com a variação do IPCA. Não foram corrigidos imóveis, veículos, ações e outros bens cuja valorização ou desvalorização não pode ser calculada com base em índices econômicos regulares.
Mais pobres
Entre os governadores candidatos à reeleição que declararam ter perdido patrimônio no período de quatro anos, o que mais "empobreceu" foi Confúcio Moura (PMDB), de Rondônia. Ele declarou um patrimônio de R$ 9,3 milhões em 2010. Agora, foi a R$ 6,5 milhões, uma redução de R$ 2,8 milhões, ou 30%. Já o governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo (PSD), perdeu R$ 466 mil e viu o valor de seu patrimônio cair 25%.
DN

 

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