sábado, 24 de novembro de 2007

FGV aponta déficit de 470 mil casas no Estado

O déficit habitacional do Ceará registrou a marca de 470.396 residências no ano de 2006, ou seja, quase meio milhão de famílias coabitavam ou moravam em condições inadequadas no ano passado. O dado representa 21,6% do número de casas existentes no Estado no período, segundo mostra o estudo divulgado ontem pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). O resultado tomou por base informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do IBGE.Conforme a pesquisa, o Ceará ocupa a sexta colocação do País entre os estados de maior déficit habitacional relativo, ranking esse liderado pelo Maranhão (38,1%). Em números absolutos, a unidade da Federação com maior carência de habitações é São Paulo (1,5 milhão de unidades).O estudo mostra que esse déficit está quase que inteiramente dividido entre o número de famílias que viviam em coabitações (238.854) e em casas rústicas (225.779). Entretanto, ainda existiam 1.868 famílias que moravam em habitações improvisadas e outras 3.895 que residiam em cortiços. Se comparado aos dados de 2005, o déficit habitacional foi reduzido em 10.337 moradias.O fenômeno já vem sendo observado pelo presidente do Sindicato da Indústria de Construção Civil do Ceará (Sinduscon), Carlos Fujita. ´Em um período de 10 anos, isso até 2005, percebeu-se que o déficit de habitação no Brasil quase que dobrou, e pouco se fez.A partir desse período, a produção de unidades habitacionais começou a crescer´, diz. Segundo ele, a motivação tem sido a rápida e vertiginosa expansão do crédito imobiliário. ´Fortaleza tem investido bastante, nunca tinha feito tanto, seja pelo governo como pela iniciativa privada. No Ceará, cresceu muito o número de habitações de interesse social, com recursos do PAR [Programa de Arrendamento Familiar]´, completa.
HABITAFOR DIZCrescimento populacional é responsável pela falta de moradiaO crescimento populacional é uma das maiores razões para o não controle do déficit habitacional. Assim acredita a presidente da Fundação de Desenvolvimento Habitacional de Fortaleza (Habitafor), Olinda Marques. Ela destaca que os maiores responsáveis pelo alto índice da carência de moradias no Estado são os municípios de Fortaleza, Caucaia, Maracanaú e Maranguape.´O déficit ainda é alto, e isso porque a população de Fortaleza cresce a uma taxa de 2,15% ao ano. E as políticas públicas de moradia não são somente para casas novas, mas para garantir a segurança de posse das propriedades e a urbanização de favelas´, destaca. Segundo ela, a meta da Prefeitura é reduzir esse índice com recursos do BNDES. ´E também queremos definir no Plano Diretor as áreas livres para construção´. De acordo com dados do Pnad 2005, o déficit em Fortaleza chegava, no período, a 77.615 moradias.

(Jornal Diário do Nordeste)

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