terça-feira, 20 de novembro de 2007

Universidade em greve

Observem que injustiça estão cometendo os nossos professores universitários. Ganharam um aumento recente de cem por cento e querem mais... Ganharam uma solene proposta de implantação de um Plano de Cargos, Carreira e Vencimentos (PCCS), e, ainda choram... Trabalham quando querem, pois vivem de greves e ainda teimam em continuar o movimento! Como acreditar que estes docentes queiram contribuir com a formação da nossa juventude? Devem ser todos seguidores de uma seita ideológica estreita e sem futuro... Em Nota Oficial o Governo do Estado insiste que está aberto ao diálogo. Sempre pronto a receber os mestres... Que turminha mais infame essa! Só querem baderna. Na referida nota que a imprensa publicou nessa sexta-feira (16.11.07) essa é a conclusão mais exata a tirar... Ou, pelo menos, essa é a visão do Governo do Estado. Essa mensagem governamental traduz uma atitude pueril, ingênua e perversa. Senão, vejamos. O Governo só recebeu os professores, na 4ª feira, porque em passeata eles bloquearam - com a ajuda dos estudantes - uma das vias principais da cidade. A Washington Soares, por mais de três horas. Não foi de bom grado. Foi forçado. Por outro lado, o tal aumento de 100% é a correr de vista, isto é, até 2010... Quem vai acreditar nisso? Os assessores diretos do Governador, quando vieram conversar com os professores, nunca trouxeram qualquer indicação mais clara de negociação. Estavam enfadados e apenas cumpriam um ritual de esvaziamento. "Não sou eu, é com sicrano. Não é comigo, mas com beltrano." Interlocutores sem poder de resolução. E, a partir de um certo momento, simplesmente disseram: "Não há mais o que negociar!" Não são as greves que tem prejudicado os 20 mil alunos das universidades cearenses. Mas, o pouco caso - abandono - a que têm sido relegadas pelos sucessivos governos estaduais. Agora que o movimento recrudesceu. Que os professores, ainda mais revoltados, indignados, saem às ruas, vem o Governo com um apelo pífio e sem qualquer perspectiva de desdobramento. Algo assim: voltem logo ao trabalho e deixem de conversa! Chegamos ao ponto de saturação máxima. Agora é tudo ou nada. Idem em relação ao Piso Salarial, fato transitado em julgado, no Supremo Tribunal Federal, e que o Governo Estadual teima em não cumprir. Avante professores. Agora é uma questão de dignidade. Chega de embustes... Antonio Mourão Cavalcante - Médico e antropólogo. Professor universitário. a_mourao@hotmail.com

(Publicado no Jornal O Povo)

Nosso comentário: imagine se o professor Mourão ler a nota publicada pela Reitoria da Universidade Regional do Cariri – URCA sobre a greve dos professores da instituição. .

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