A greve é um direito constitucional conquistado com muita luta pelos trabalhadores brasileiros e é um instrumento legal e legítimo de qualquer categoria que dela julgue adequado fazer uso. No nosso caso, essa é uma decisão que diz respeito única e exclusivamente aos professores, não cabendo à reitoria, enquanto pessoa jurídica de direito público julgar a adequação ou não de tal instrumento. A instância soberana e autônoma de deliberação de greve é a ASSEMBLÉIA da categoria e não qualquer órgão administrativo, nem a reitoria nem mesmo os departamentos. Portanto, a decisão da assembléia é soberana, visto que tod@s @s professore@s têm o mais amplo direito de lá expor sua opinião.
Sobre a “defesa do patrimônio público” gostaríamos de saber de quem a administração se propõe a defendê-lo, visto que, na pauta da greve consta a melhoria das péssimas condições de trabalho e infra-estrutura na universidade. Portanto, essa é uma greve em defesa do patrimônio tanto físico, como da dignidade da categoria docente, que faz parte, dentre os outros segmentos que a compõe (estudantes de funcionários) do mais importante patrimônio público do Estado, justamente o patrimônio humano.
A respeito da “garantia de acesso da comunidade à universidade”, pensamos que tal acesso deveria iniciar, não em momento de greve, mas bem antes, com uma revisão, por exemplo, sobre a taxa do vestibular: 80, 00 – OITENTA REAIS numa região como o Cariri cearense, de alto índice de desemprego e subemprego.
Em relação ao percentual defendido pela greve, o problema de memória está justamente na administração, visto que ele foi calculado em 2006 por uma equipe de professores, composta, dentre outros, por membros desta reitoria. O próprio governo nunca questionou a justiça do percentual, apenas alegou que não poderia atendê-lo. A proposta dos sindicatos (SINDURCA, SINDIUVA E SIDIUECE) é de 130% de aumento escalonado em 2 anos, o que equipararia minimamente o salário das estaduais cearenses com outras universidades do país, visto que o nosso é o mais baixo do Brasil. Isso em termos de PCCV, pois em termos de Piso Salarial, a luta é para que o governo cumpra uma decisão judicial transitada em julgado (da qual não cabe mais recurso), ou seja, que o estado cumpra a lei.
Isso quer dizer que o governo vem desgastando a categoria docente das três universidades, pois não apresentou nenhuma outra proposta. Tal atitude do governo ficou bastante clara para os professores na reunião do dia 02/10/2007, no Salão de Atos da URCA, pelas falas ao vivo e a cores dos secretários de estado René Barreira e Silvana Parente, os quais disseram textualmente que iriam mandar a proposta de PCCV DO GOVERNO para a assembléia e sobre o piso “não tinham nada a dizer a respeito”. Isso quer dizer que os tais “canais abertos de negociação” estavam fechados desde setembro deste ano, e os sindicatos só foram recebidos esta semana, após a deflagração da greve.
Portanto, se a administração da URCA realmente defende a universidade pública, gratuita e socialmente referenciada, não deveria também defender a dignidade salarial do seu corpo docente ou esse pequeno detalhe não parte da defesa da universidade? A greve das estaduais cearenses é legítima e conta com a adesão autônoma e soberana da categoria. Por isso, conclamamos a tod@s @s professore@s, aos estudantes, funcionários e à comunidade em geral para fortalecê-la, participando das atividades relativas à greve.
- PISO SALARIAL JÁ !;
- PCCV JÁ! 130% EM DOIS ANOS!;
- DEDICAÇÃO EXCLUSIVA SOLICITADA PELOS PROFESSORES;
- RESTAURANTE UNIVERSITÁRIO, MORADIA ESTUDANTIL, MELHORES CONDIÇÕES DE TRABALHO.
A luta continua, até a vitória !!!
COMANDO DE GREVE DA URCA / SINDURCA - ANDES
Comentário sobre a nota do SINDURCA
Em primeiro lugar não teria saído nota melhor, senão escrita por quem vive na pele os atuais problemas da URCA e principalmente sob o bastão “democrático” que o Chefe de Gabinete tenta impor. A nota de esclarecimento da URCA foi um festival de besteiras, insensatez, quem a escreveu deveria tomar umas aulas de democracia e bom senso. A resposta foi bem dada e bem sensata dos dirigentes da greve na URCA e do próprio SINDURCA.
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