quinta-feira, 7 de abril de 2011

CUT QUER PUNIÇÃO PARA BOLSONARO

Em entrevista para o programa CQC da TV Bandeirantes o deputado federal Jair Bolsonaro (PP/RJ) ao ser questionado se aprovaria o relacionamento de seu filho com uma mulher negra, afirmou que "não corria esse risco" por que eles foram "muito bem educados" e não viveram num ambiente "de promiscuidade”, como “lamentavelmente era o dela” (referência à cantora Preta Gil).

O parlamentar, que afirma ter saudades da época da ditadura militar, ainda respondeu sobre a possibilidade de ter um filho gay, “isso nem passa pela minha cabeça, porque tiveram uma boa educação. Fui um pai presente, então não corro esse risco”.

Com estas declarações Jair Bolsonaro comete crime de racismo e homofobia. No Brasil, a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da Constituição Federal. Com relação à homofobia, o PL 122 que criminaliza sua prática segue em tramitação no Congresso, e encontra em Bolsonaro um dos seus grandes inimigos para aprovação.

Fiel representante da elite brasileira, Bolsonaro indigna a todos nós que temos como objetivo combater toda e qualquer discriminação, seja na sociedade ou no mundo do trabalho. Mas, principalmente, afronta as mulheres negras, que são a maioria da população de nosso país. Duplamente discriminadas, elas sofrem a cada dia o preconceito de gênero e de raça. Desde a escravidão, as negras foram vítimas de violência física e sexual por parte dos senhores brancos, além de sofrerem violência emocional por parte das senhoras e de terem que se dedicar incessantemente ao trabalho.

A situação atual da mulher negra no Brasil revela um prolongamento da realidade vivida no período de escravidão; poucas são as mudanças, pois ela continua em último lugar na escala social e é aquela que mais carrega as desvantagens do sistema injusto e racista do país. As mulheres negras precisam lutar cotidianamente contra resquícios do pensamento escravagista, que, ainda hoje, as associam à imagem de objeto sexual; da mulata, cujo único papel é o de amante e não de cidadã, plena de direitos e igualdade social.

A Central Única dos Trabalhadores manifesta veemente seu repúdio às declarações do deputado Jair Bolsonaro, coloca-se solidária a cantora Preta Gil; conclama a militância sindical e do conjunto das organizações democráticas e populares da sociedade brasileira para manifestarem-se e atuarem firmemente para que o parlamentar seja julgado e responsabilizado pelo crime de racismo que cometeu.

Racismo é Crime!

Executiva Nacional da CUT

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