O Congresso Nacional devolveu ontem, simbolicamente, em sessão
daquela casa, o mandato presidencial de João Goulart, destituído do
cargo em 1964. A sessão solene, proposta pelos senadores Pedro Simon
(PMDB-RS) e Randolfe Rodrigues (Psol-AP), e que contou com a presença da
presidente Dilma Rousseff, anulou a sessão que declarou vago o cargo de
presidente da República, que possibilitou o afastamento de Jango. O
argumento para perda do mandato foi que o presidente havia fugido do
país.
O presidente do Senado, Renan Calheiros
(PMDB-AL), destacou a devolução do cargo ao ex-presidente, afirmando que
o ato do Congresso declara que Jango foi uma vítima que tentou resistir
ao golpe militar, não um fugitivo. “Como presidente do Senado Federal e
do Congresso Nacional, em nome da instituição, peço desculpas pela
inverdade patrocinada pelo Estado contra um ilustre brasileiro, um
nacionalista, patriota, reformista, e que, talvez, tenha conseguido
reunir uma das melhores equipes de governo na história do Brasil”,
ressaltou.
O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves
(PMDB-RN), destacou que a sessão solene era um resgate da histórica
política do país. “A importância da iniciativa do Congresso deve ser
vista também como uma forma de mostrar às novas gerações o que de fato
aconteceu no Brasil em 1964, para que não haja “melancólica repetição”,
destacou.
A cantora Fafá de Belém cantou o hino nacional, no
plenário do Senado. Ao finalizar, ela gritou: “viva a democracia”.
Agendada para a semana passada, a sessão foi adiada diante das fortes
chuvas que atingiram o Rio de Janeiro --a família de Jango não conseguiu
embarcar para Brasília. A cerimônia contou ainda com diversos ministros
e congressistas. A presidente Dilma não discursou.
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