domingo, 16 de agosto de 2015

Eu não vou. Decididamente não. Hoje, 16/08

Eu não vou. Decididamente não. Hoje, 16/08 ficarei em casa com minha família lendo livros e olhando no meu computador os sites que me tragam informações sérias da realidade nacional. Vou aproveitar também para ficar com meus filhos, minha mãe, conversar com amigos, almoçar bem e planejar minha semana. Ah, antes que esqueça e escrever muito contra preconceito, racismo e políticos direitistas e corruptos.

Eu não vou,  hoje 16/08. Vou reler alguns textos e confirmar meu espírito democrático, meu sonho de ver um Brasil cada vez mais democrático, plural e justo. Pensar em quanto as pessoas nesse País precisam de governos sérios, democráticos e que trabalhem para os pobres e que façam os mais ricos pagarem as contas dos destroços da economia de mercado.

Eu não vou, hoje 16/08. Decidi que quero um País longe da homofobia, sem preconceito, sem um fosso gigantesco entre ricos e pobres, que desejo um País sem corrupção e com instituições democráticas e com controle social. Decidi que quero um País onde a pessoa para ser presa tem que ter provas e que negros e pobres deixarão de ser alvo dos olhos da polícia exatamente por serem negros e pobres. 

Eu não vou, hoje 16/8. Decidi que quero um País em que os deputados e senadores e os políticos de forma geral não sejam eleitos por suas contas bancárias e com financiamento de grandes corporações, mas por seu valor e serviços prestados às comunidades, e decidi também que quero um País onde os ricos e a grande mídia, ajudados por uma classe média preconceituosa, elitista e burra não deem mais o tom das nossas discussões, desejos, sonhos e modelo de sociedade. Nós, os mais pobres, os trabalhadores é quem devemos decidir.  

Eu não vou, hoje 16/08. Decididamente não tem a mínima condição de sair de casa neste domingo de sol aqui na minha linda cidade para festejar e desejar e praguejar contra um governo democraticamente eleito ao lado de golpistas, homofóbicos, preconceituosos e gente que deseja uma ditadura militar no Brasil.

Eu não vou, hoje 16/08. Decididamente não dá para estar na mesma caminhada ao lado dos que praguejam contra os programas sociais que tiram milhões da miséria e dão uma mínima oportunidade para homens e mulheres pobres, famílias inteiras terem a mínima chance de sobreviver, de ter oportunidades e de pais e mães veem seus filhos chegar numa universidade e poderem alcançar o que eles não alcançaram.

Eu não vou, hoje 16/08. Decididamente não vou para uma manifestação com gente que quer um Brasil feito, comandado por uma elite que esteve a vida inteira no poder, por 500 anos e deixou um Brasil excludente, que entregou nossas estatais aos empresários por moeda podre, que tinha um nível de desemprego que deixava um exército desempregado, que tratava militantes sindicais e comunitários como bandidos e que sempre quiseram destruir as organizações dos trabalhadores e seus direitos.

Eu não vou, hoje 16/08. Decididamente não posso partilhar meus sonhos com aécios, serras, bolsonaros,  fhc’s, caiados, malafaiais, cunhas, moros, e com movimentos empresariais feitos nas redes socais como Vem Prá Rua,  MBL e outros que disseminam ódio, preconceito e querem um estado mínimo para a maioria dos brasileiros e um estado paizão para os ricos, as mesmas corporações que investem nesse dia 16/8 na derrubada e desgaste de um governo legítimo.

Eu não vou, hoje 16/08. Porque cansei de ver nas redes sociais e nos grandes veículos da mídia uma campanha diária, cotidiana contra os mais pobres, os trabalhadores, as mulheres, as crianças, as organizações dos movimentos sociais, os negros, os gays, os que pensam e são solidários com as pessoas, os que querem um País igual, mais justo, mais democrático e que as pessoas possam participar das decisões dos governos, dar sua opinião e serem ouvidas.

Eu não vou, hoje 16/08. Porque cansei de ver Bolsonaro, Agripino, Cássio Cunha e outros envolvidos em atos nada  aprováveis querendo dar lição de moral nos partidos, movimentos e personalidades progressistas desse País.

Eu não vou, hoje 16/08. Porque acredito que o Brasil melhorou, mas tem que melhorar muito. Mas não vai esse o pessoal de hoje, vociferando nas ruas, praguejando destilando ódio e preconceito e querendo entregar o resto do nosso patrimônio, como o pré-sal que vai salvar o Brasil.

Eu não vou, hoje 16/08. Pois sei que quem está hoje nas ruas vai extrapolar. Vai gozar de espalhar ódio e mentiras. Mas toda mentira tem perna curta.

Eu não vou, hoje 16/08.Pois acredito numa mola transformadora diferente. Na união dos democratas, progressistas, nas pessoas que querem um País justo, sem preconceito, sem corrupção, as pessoas que lutam por esse País há muito tempo e que estão parados. Tá na hora de sair, não para ir às ruas praguejar. Mas num gesto democrático, dramático,  pensado, começarmos a reverter nas ruas, nas empresas, no nosso bairro, em todo lugar o ódio que existe na política brasileira hoje.

Espalharmos o bem, uma política de igualdade, liberdade, fraternidade, pondo fim ao ódio e preconceito que marcam os movimentos direitistas desse 16/08. Uma data que vai ser esquecida. A segunda-feira, 17, marca o início da reação das famílias, personalidades, partidos, movimentos, setores progressistas e verdadeiramente democráticos do Brasil contra golpistas, direitistas, entreguistas e toda sorte de lacaio de grandes empresas e corporações que querem o a grande massa do povo do Brasil subserviente, analfabeto, desempregado e  excluído.


Eu não vou, hoje 16/08. Vou apenas dizer que agora parou. A hora dos progressistas chegou. 

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