A movimentação nas redes sociais para os protestos antigoverno de hoje foi mais fraca do que a observada antes das outras duas grandes manifestações que ocorreram neste ano, em 15 de março e 12 de abril. Segundo análise de termos relacionados a protestos feitos pela empresa de monitoramento de redes sociais Seekr a pedido da reportagem, o assunto rendeu cerca de 20 mil postagens no Twitter, no Instagram, no YouTube e no Google+, no intervalo de segunda (10) a quinta (13).
É menos da metade das mais de 45 mil postagens registradas na semana anterior ao protesto de 15 de março. Na véspera do ato de 12 de abril, foram quase 28 mil. A pesquisa não abrange termos específicos de cada um dos protestos, nem monitora o Facebook e conversas no aplicativo WhatsApp, por impossibilidade técnica. Em todas as semanas que antecederam as manifestações, a maioria das postagens ocorreu nos Estados de São Paulo, Rio e Minas Gerais -locais que, junto com Brasília, atraíram maior número de pessoas às ruas.
Para Eduardo Luiz Prange Júnior, responsável pela pesquisa, um aspecto relevante das interações na internet é o menor embate ideológico. "Nas eleições, por exemplo, as duas partes se atacavam muito. Os pró-governo continuam atuando, mas estão menos combatentes", disse. "Ou estão em dúvida sobre a escolha por Dilma ou esperando o desenrolar do noticiário [sobre a Operação Lava Jato ou as chamadas pedaladas fiscais]."
A pouca penetração do assunto nas redes sociais também foi observada pela especialista no tema Raquel Recuero, professora da Universidade Católica de Pelotas. "Não é que as pessoas querem ou não querem impeachment. Mas quem fala [nas redes sociais] é militante”.
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