terça-feira, 26 de janeiro de 2016

As generosas chuvas de janeiro e a previsão de estiagem

Editorial do jornal O Povo de hoje, alerta para a previsão da Funceme de que ainda teremos estiagem em 2016.
No que pesem as boas e surpreendentes chuvas que têm banhado o Ceará desde o início de janeiro, não convém descartar as avaliações científicas feitas pelos profissionais da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme). Quem se detiver sobre o histórico de análises da Funceme concluirá que a margem de acerto é altíssima. É muito provável que o órgão também acerte em sua previsão para 2016.

Mesmo as chuvas de agora já haviam sido previstas pela Fundação. É verdade que a intensidade das precipitações surpreendeu. Regiões com barragens que estavam secas há anos ganharam volume inesperado. Três açudes sangraram. Trechos do rio Jaguaribe ganharam corredeiras. E tudo isso justamente numa das áreas mais secas do Estado.

Porém, a Funceme faz um alerta importante: as boas chuvas de agora não ocorrem dentro do período que se convencionou denominar de quadra invernosa. Esse período de tempo compreende aos meses de fevereiro, março, abril e maio. Os estudos e as análises elaboradas pelos pesquisadores do órgão indicam que é de 65% a probabilidade de as chuvas ficarem abaixo da média.

Ou seja, a previsão é de mais um ano de estiagem no Ceará. Caso assim seja, o Estado vai enfrentar o quinto ano seguido de seca. Não deixa de ser um grande alívio, portanto, que o fenômeno climático verificado durante o mês de janeiro venha sendo tão generoso com a quantidade chuvas que abrangem a maior parte do território cearense.

A outra boa notícia é que as chuvas também estão sendo bastante generosas nas regiões onde se localizam as cabeceiras do rio São Francisco. Já é perceptível a melhora no volume de água do castigado rio que integra a Região Nordeste. É uma pena que as obras da transposição estejam tão atrasadas.

De toda forma, a previsão de estiagem no Ceará é o fator que deve ser considerado tanto pelas autoridades quanto pela população. A mobilização deve ser permanente. O comportamento austero no uso da água deve continuar. O Governo não pode relaxar. Além de se manter de prontidão, é preciso avançar nos planos de obras públicas previstas para combater os efeitos das secas.


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