Editorial do jornal O Povo de hoje, alerta para a previsão da Funceme de que ainda teremos estiagem em 2016.
No que pesem as boas e surpreendentes
chuvas que têm banhado o Ceará desde o início de janeiro, não convém descartar
as avaliações científicas feitas pelos profissionais da Fundação Cearense de
Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme). Quem se detiver sobre o histórico
de análises da Funceme concluirá que a margem de acerto é altíssima. É muito
provável que o órgão também acerte em sua previsão para 2016.
Mesmo as chuvas de agora já haviam
sido previstas pela Fundação. É verdade que a intensidade das precipitações
surpreendeu. Regiões com barragens que estavam secas há anos ganharam volume
inesperado. Três açudes sangraram. Trechos do rio Jaguaribe ganharam
corredeiras. E tudo isso justamente numa das áreas mais secas do Estado.
Porém, a Funceme faz um alerta
importante: as boas chuvas de agora não ocorrem dentro do período que se
convencionou denominar de quadra invernosa. Esse período de tempo compreende
aos meses de fevereiro, março, abril e maio. Os estudos e as análises
elaboradas pelos pesquisadores do órgão indicam que é de 65% a probabilidade de
as chuvas ficarem abaixo da média.
Ou seja, a previsão é de mais um ano
de estiagem no Ceará. Caso assim seja, o Estado vai enfrentar o quinto ano
seguido de seca. Não deixa de ser um grande alívio, portanto, que o fenômeno
climático verificado durante o mês de janeiro venha sendo tão generoso com a
quantidade chuvas que abrangem a maior parte do território cearense.
A outra boa notícia é que as chuvas
também estão sendo bastante generosas nas regiões onde se localizam as
cabeceiras do rio São Francisco. Já é perceptível a melhora no volume de água
do castigado rio que integra a Região Nordeste. É uma pena que as obras da
transposição estejam tão atrasadas.
De toda forma, a previsão de estiagem
no Ceará é o fator que deve ser considerado tanto pelas autoridades quanto pela
população. A mobilização deve ser permanente. O comportamento austero no uso da
água deve continuar. O Governo não pode relaxar. Além de se manter de
prontidão, é preciso avançar nos planos de obras públicas previstas para
combater os efeitos das secas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário