Em seu editorial desta semana o Jornal do Cariri avalia que a gesto Raimundo Macedo, em Juazeiro do Norte, deve estar chegando ao fim. Segundo o jornal a crise tem sido a marca da gestão de Raimundão.
Acompanhe:
Nada há nada pior do que
um governo em fim de linha.
Café frio, aliados políticos revendo
suas lealdades e “repactuando”
o preço de seu
apoio, sem se falar no engenho
e arte para se conseguir fechar
as contas públicas no final de
cada mês. Evidentemente que
esse cenário pode ser bem diferente
em se tratando do término
de um primeiro mandato e
com perspectivas de reeleição
fácil. Fora dessa hipótese, o
apagar das luzes de um governo
é melancólico.
Juazeiro do Norte não se
afasta dessa regra geral. A administração
Raimundo Macedo,
no entanto, possui uma nota
distintiva: desde o início, a crise
permeou sua existência. Escândalos,
denúncias, licitações
suspeitas, obras voltadas para
o favorecimento de parentes,
afastamento judicial do prefeito,
demissão de terceirizados e
substituição de secretários fizeram
parte do histórico de uma
das piores gestões de todos os
tempos em Juazeiro.
A situação político-administrativa
é de tal modo atípica, que
Raimundo Macedo corre o risco
de destruir o excelente legado de
suas passagens anteriores pela
Prefeitura. Uma coisa é absolutamente
certa: Raimundão sairá
bem menor do que entrou para
o cargo de prefeito municipal.
O número efetivo de servidores
e terceirizados, que trabalham
em áreas essenciais,
está reduzido a um terço do
total. Os cortes de pessoal e
de remuneração chegam a
patamares insustentáveis. O
comprometimento da qualidade
e da regularidade dos
serviços públicos é notório.
Agora, no entanto, a crise
chega a seu clímax com o
anúncio da paralisação das
secretarias municipais com
apoio dos Sindicatos de Servidores
Públicos de Juazeiro.
É evidente que muitas pautas
dos sindicatos são justas.
Dá-se, contudo, uma assimetria
entre parte dessas demandas
e a atual realidade
econômico-financeira do País.
Dito de modo direto: boa parte
dessas reivindicações não são
atendíveis pelo governo municipal.
A compreensão que todos
devem ter para com o trágico momento pelo qual passa
o País é de difícil assimilação
pelos servidores, quando se
olha para o passado recente de
desperdício e de desmandos.
Como não se esperar por
reposições salariais quando
os cofres públicos foram dilapidados
por tanto tempo?
Juazeiro assistirá, em muito
pouco tempo, ao descontrole
administrativo em setores sensíveis
do Município.
Nenhum comentário:
Postar um comentário