terça-feira, 5 de abril de 2016

Fora de Controle

Em seu editorial desta semana o Jornal do Cariri avalia que a gesto Raimundo Macedo, em Juazeiro do Norte, deve estar chegando ao fim. Segundo o jornal a crise tem sido a marca da gestão de Raimundão.

Acompanhe:


Nada há nada pior do que um governo em fim de linha. Café frio, aliados políticos revendo suas lealdades e “repactuando” o preço de seu apoio, sem se falar no engenho e arte para se conseguir fechar as contas públicas no final de cada mês. Evidentemente que esse cenário pode ser bem diferente em se tratando do término de um primeiro mandato e com perspectivas de reeleição fácil. Fora dessa hipótese, o apagar das luzes de um governo é melancólico. 

Juazeiro do Norte não se afasta dessa regra geral. A administração Raimundo Macedo, no entanto, possui uma nota distintiva: desde o início, a crise permeou sua existência. Escândalos, denúncias, licitações suspeitas, obras voltadas para o favorecimento de parentes, afastamento judicial do prefeito, demissão de terceirizados e substituição de secretários fizeram parte do histórico de uma das piores gestões de todos os tempos em Juazeiro. 

A situação político-administrativa é de tal modo atípica, que Raimundo Macedo corre o risco de destruir o excelente legado de suas passagens anteriores pela Prefeitura. Uma coisa é absolutamente certa: Raimundão sairá bem menor do que entrou para o cargo de prefeito municipal. 

O número efetivo de servidores e terceirizados, que trabalham em áreas essenciais, está reduzido a um terço do total. Os cortes de pessoal e de remuneração chegam a patamares insustentáveis. O comprometimento da qualidade e da regularidade dos serviços públicos é notório. Agora, no entanto, a crise chega a seu clímax com o anúncio da paralisação das secretarias municipais com apoio dos Sindicatos de Servidores Públicos de Juazeiro. 

É evidente que muitas pautas dos sindicatos são justas. Dá-se, contudo, uma assimetria entre parte dessas demandas e a atual realidade econômico-financeira do País. Dito de modo direto: boa parte dessas reivindicações não são atendíveis pelo governo municipal. A compreensão que todos devem ter para com o trágico momento pelo qual passa o País é de difícil assimilação pelos servidores, quando se olha para o passado recente de desperdício e de desmandos. 

Como não se esperar por reposições salariais quando os cofres públicos foram dilapidados por tanto tempo? Juazeiro assistirá, em muito pouco tempo, ao descontrole administrativo em setores sensíveis do Município.

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