O pré-candidato do PDT nunca escondeu o que é e o que pretende. Trata-se de um homem milionário, com dinheiro sobrando e que quer ser prefeito de Juazeiro. Ele deve ter concluído que a era Raimundão (PMDB) e Dr. Santana (PT) simplesmente passou, e, então, nada como um homem de "negócios" para tocar a vida da cidade para a frente.
Gilmar realmente tem grana para gastar. Mas isso, na política não é tudo. Tem que saber como fazer isso, e, principalmente, tem que saber ter interlocução com a sociedade o que é mais importante que a grana.
Se Gilmar achar que dinheiro é mais importante que conversar com a sociedade, ter laços fortes com outros setores políticos e partidários e ter um programa de governo sólido, então, será um fiasco.
O problema hoje de Gilmar é quem o acompanha. Uma assessoria política eficiente poderia ser um bom caminho, mas Gilmar, até agora, mostra que se acompanha muito mal. Isso é um péssimo sinal.
Uma cidade como Juazeiro, mesmo crescendo a cada dia, ainda guarda traços bem característicos. As pessoas, os eleitores em geral não tem a tendencia de entregar a prefeitura a qualquer um.
Outro problema de Gilmar é o PDT. Ha interesses bem maiores para a legenda do que Juazeiro. Fortaleza, por exemplo. Se vingar acordo entre PT, PDT, PC do B e outras legendas fica difícil o PDT manter a candidatura de Gilmar. Isso, porque todo mundo sabe que se o PT apoiar Roberto Cláudio em Fortaleza quer apoio em Juazeiro.
Mas para isso, Gilmar é empecilho. Tem dito a apoiadores e "assessores" que não apoia o PT de maneira alguma.
Veja matéria sobre Gilmar na edição de hoje do Jornal do Cariri:
O empresário e pré-candidato
a prefeito de Juazeiro do Norte,
Gilmar Bender (PDT), deve
responder nos próximos dias,
denúncia no Ministério Público
Eleitoral (MPE), por abuso de
poder econômico e uso indevido
dos meios de comunicação para
propaganda pessoal com fins
eleitorais.
Bender tem multiplicado
anúncios relacionados à empresa
que leva o seu nome, além
de promover uma distribuição
em massa de calendários e imãs
para geladeira, onde se destacam
seu nome e foto. A conduta
é vedada pela Lei Eleitoral (nº
9.504/97), modificada recentemente
pela Lei 13.165/2015.
Segundo a nova legislação,
a propaganda só pode ser veiculada
a partir de 15 de agosto
de cada ano eleitoral, no caso
das inserções de rádio e TV.
Com relação à distribuição de
imãs de geladeira e calendário,
também são vedados antes da
campanha. As inserções iniciaram
há cerca de um ano para o
prazo limite; enquanto a distribuição
dos impressos ocorreu
neste mês de abril.
A denúncia chegada ao
Jornal do Cariri frisa o fato do
empresário não ter histórico de
inserções na mídia local e a empresa
destacada nas propagandas
ser, justamente, a que leva
o seu nome. Além da empresa
especializada em concretagem,
denominada “Bender Mix”, a
propaganda é assinada com o
nome do grupo empresarial, no
caso “Gilmar Bender”.
Outro fator observado pela
denúncia é o destaque da organização
na distribuição dos
impressos. As pessoas responsáveis
pela distribuição se apresentam
de porta em porta e com
padrões de fardas bem definidas
e identificadas. Segundo argumentam
os denunciantes, a
prática desse tipo de publicidade
é motivada pela vontade do
cliente. Neste caso, a distribuição feita em massa se configura
crime eleitoral.
Quanto aos anúncios em rádios locais, a denúncia promete
relacionar uma série de comentários
positivos ao nome de Gilmar
Bender, observado após o
fechamento de contratos publicitários.
A empresa é o principal
anúncio de vários programas de
radio jornalísticos que, também,
devem ser denunciados.
Radialistas e condutores
dos programas devem enfrentar
acusação de propaganda abusiva,
por favorecer o pré-candidato
em comentários políticos, em
detrimento a outros pré-candidatos.
A conduta pode render ao
veículo e aos profissionais, multa
de R$ 5 mil a R$ 25 mil se comprovada
à violação.
Apesar dos outros pré-candidatos não assumirem a
denúncia, nossa reportagem foi
ouvi-los sobre o assunto. O pré-candidato do PSD, Giovanni
Sampaio, avalia que a propaganda
representa abuso de poder
econômico e prejudica a discussão
política junto à população
de Juazeiro do Norte. “Nossa
cidade merece um debate político
sério, não passar por um processo
de manipulação através da
mídia,” observou Giovanni.
A pré-candidata do PRB,
Flávia Soares, avaliou que apesar
de saber que o foco da propaganda
é a promoção do nome de
Gilmar Bender, diz não se sentir
prejudicada. Flávia afirma entender
que o empresário se utiliza
de um meio legal para essa
promoção. “Ele é empresário e
está divulgando suas empresas
que, por acaso, levam seu nome.
Considero isso uma conduta legal,”
disse Flávia.
Como parte interessada
pelo Partido dos Trabalhadores
(PT), que tem pré-candidatura,
o vereador Cláudio Luz, avalia
que as propagandas prejudicam
outros pré-candidatos com
o nome na disputa. “A maioria
não tem empresa que leva seus
nomes e nem têm o mesmo poder
financeiro para bancar propagandas,
o que, acaba se tornando
uma disputa desigual,”
conclui Claudio Luz.
A assessoria de imprensa
do pré-candidato, na pessoa
do jornalista Roberto Crispim,
foi procurada para comentar o
assunto. Segundo o assessor, a
denúncia é infundada por não
se configurar crime eleitoral a
distribuição de material. Crispim
ressalta que não há pedido
de voto. “O pré-candidato pode
fazer o que quiser, desde que,
não peça voto, destaque o partido
ou número,” disse Crispim,
ressaltando que houve mudança na legislação.
Entre os pré-candidatos
que falaram a nossa reportagem,
houve consenso de que
o Ministério Público Eleitoral
tem que ficar atento a esse ou
qualquer tipo de abuso de poder
econômico.
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