terça-feira, 26 de abril de 2016

Gilmar Bender e o caso da campanha antecipada

O pré-candidato do PDT nunca escondeu o que é e o que pretende. Trata-se de um homem milionário, com dinheiro sobrando e que quer ser prefeito de Juazeiro. Ele deve ter concluído que a era Raimundão (PMDB) e Dr. Santana (PT) simplesmente passou, e, então, nada como um homem de "negócios" para tocar a vida da cidade para a frente.

Gilmar realmente tem grana para gastar. Mas isso, na política não é tudo. Tem que saber como fazer isso, e, principalmente, tem que saber ter interlocução com a sociedade o que é mais importante que a grana.

Se Gilmar achar que dinheiro é mais importante que conversar com a sociedade, ter laços fortes com outros setores políticos e partidários e ter um programa de governo sólido, então, será um fiasco.

O problema hoje de Gilmar é quem o acompanha. Uma assessoria política eficiente poderia ser um bom caminho, mas Gilmar, até agora, mostra que se acompanha muito mal. Isso é um  péssimo sinal.

Uma cidade como Juazeiro, mesmo crescendo a cada dia, ainda guarda traços bem característicos. As pessoas, os eleitores em geral não tem a tendencia de entregar a prefeitura a qualquer um.

Outro problema de Gilmar é o PDT. Ha interesses bem maiores para a legenda do que Juazeiro. Fortaleza, por exemplo. Se vingar acordo entre PT, PDT, PC do B e outras legendas fica difícil o PDT manter a candidatura de Gilmar. Isso, porque todo mundo sabe que se o PT apoiar Roberto Cláudio em Fortaleza quer apoio em Juazeiro.

Mas para isso, Gilmar é empecilho. Tem dito a apoiadores e "assessores" que não apoia o PT de maneira alguma.

Veja matéria sobre Gilmar na edição de hoje do Jornal do Cariri:

O empresário e pré-candidato a prefeito de Juazeiro do Norte, Gilmar Bender (PDT), deve responder nos próximos dias, denúncia no Ministério Público Eleitoral (MPE), por abuso de poder econômico e uso indevido dos meios de comunicação para propaganda pessoal com fins eleitorais. 

Bender tem multiplicado anúncios relacionados à empresa que leva o seu nome, além de promover uma distribuição em massa de calendários e imãs para geladeira, onde se destacam seu nome e foto. A conduta é vedada pela Lei Eleitoral (nº 9.504/97), modificada recentemente pela Lei 13.165/2015. 

Segundo a nova legislação, a propaganda só pode ser veiculada a partir de 15 de agosto de cada ano eleitoral, no caso das inserções de rádio e TV. Com relação à distribuição de imãs de geladeira e calendário, também são vedados antes da campanha. As inserções iniciaram há cerca de um ano para o prazo limite; enquanto a distribuição dos impressos ocorreu neste mês de abril. 

A denúncia chegada ao Jornal do Cariri frisa o fato do empresário não ter histórico de inserções na mídia local e a empresa destacada nas propagandas ser, justamente, a que leva o seu nome. Além da empresa especializada em concretagem, denominada “Bender Mix”, a propaganda é assinada com o nome do grupo empresarial, no caso “Gilmar Bender”.

Outro fator observado pela denúncia é o destaque da organização na distribuição dos impressos. As pessoas responsáveis pela distribuição se apresentam de porta em porta e com padrões de fardas bem definidas e identificadas. Segundo argumentam os denunciantes, a prática desse tipo de publicidade é motivada pela vontade do cliente. Neste caso, a distribuição feita em massa se configura crime eleitoral. 

Quanto aos anúncios em rádios locais, a denúncia promete relacionar uma série de comentários positivos ao nome de Gilmar Bender, observado após o fechamento de contratos publicitários. A empresa é o principal anúncio de vários programas de radio jornalísticos que, também, devem ser denunciados. Radialistas e condutores dos programas devem enfrentar acusação de propaganda abusiva, por favorecer o pré-candidato em comentários políticos, em detrimento a outros pré-candidatos. A conduta pode render ao veículo e aos profissionais, multa de R$ 5 mil a R$ 25 mil se comprovada à violação. 

Apesar dos outros pré-candidatos não assumirem a denúncia, nossa reportagem foi ouvi-los sobre o assunto. O pré-candidato do PSD, Giovanni Sampaio, avalia que a propaganda representa abuso de poder econômico e prejudica a discussão política junto à população de Juazeiro do Norte. “Nossa cidade merece um debate político sério, não passar por um processo de manipulação através da mídia,” observou Giovanni. 

A pré-candidata do PRB, Flávia Soares, avaliou que apesar de saber que o foco da propaganda é a promoção do nome de Gilmar Bender, diz não se sentir prejudicada. Flávia afirma entender que o empresário se utiliza de um meio legal para essa promoção. “Ele é empresário e está divulgando suas empresas que, por acaso, levam seu nome. Considero isso uma conduta legal,” disse Flávia. 

Como parte interessada pelo Partido dos Trabalhadores (PT), que tem pré-candidatura, o vereador Cláudio Luz, avalia que as propagandas prejudicam outros pré-candidatos com o nome na disputa. “A maioria não tem empresa que leva seus nomes e nem têm o mesmo poder financeiro para bancar propagandas, o que, acaba se tornando uma disputa desigual,” conclui Claudio Luz. 

A assessoria de imprensa do pré-candidato, na pessoa do jornalista Roberto Crispim, foi procurada para comentar o assunto. Segundo o assessor, a denúncia é infundada por não se configurar crime eleitoral a distribuição de material. Crispim ressalta que não há pedido de voto. “O pré-candidato pode fazer o que quiser, desde que, não peça voto, destaque o partido ou número,” disse Crispim, ressaltando que houve mudança na legislação. Entre os pré-candidatos que falaram a nossa reportagem, houve consenso de que o Ministério Público Eleitoral tem que ficar atento a esse ou qualquer tipo de abuso de poder econômico. 

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