O Partido dos Trabalhadores realiza no próximo dia dois de dezembro o Processo de Eleições Diretas (PED) para a renovação dos diretórios nacional, estaduais e municipais da sigla. No Ceará, seis candidatos disputam a presidência estadual do PT. A diversidade de teses dividiu a bancada petista na Assembléia. São quatro parlamentares apoiando três candidaturas distintas.Disputam o comando do PT estadual Antônio Ibiapina da Silva; da Esperança Socialista; Ilário Marques, da Articulação Unidade na Luta; José Reudson de Souza, com a tese Partido é pra Lutar; a ex-deputada Íris Tavares, representante da tese Mensagem ao Partido, e Roberto Luque de Sousa (Terra, Trabalho e Soberania). O atual presidente do diretório estadual, Joaquim Cartaxo (Construindo um Novo Brasil), disputa um novo mandato.A deputada Rachel Marques (PT) destaca a importância do processo democrático do PT, em que os filiados definem, através do voto, quem deve ser o dirigente petista. A parlamentar apóia a candidatura de Ilário Marques, prefeito de Quixadá, para a presidência estadual da sigla, seu marido. Segundo a deputada, a principal bandeira de Ilário Marques é a autonomia e independência do Partido dos Trabalhadores com relação aos Governos.Ela faz questão de frisar que a posição não significa um rompimento ou distanciamento com o governo Cid Gomes. “Estamos presentes no Governo, mas o PT precisa manter sua autonomia”, reforçou. Dentro dessa autonomia, Rachel é contra a ocupação de cargos de primeiro escalão por dirigentes petistas. A posição é contrária à situação de Cartaxo, que acumula as funções de secretário das Cidades e presidente do PT estadual. “Um secretário tem compromisso com o Governo, e o PT tem compromisso com a administração, mas também com as questões sociais”..Para ela, em alguns momentos os interesses do partido podem divergir das posições governamentais. Na avaliação dela, é preciso aproximar mais o PT dos movimentos sociais. Ela defende também a dissolução do bloco PT, PMDB e PSB na Assembléia.DemocraciaO deputado Artur Bruno (PT) apóia a candidatura de Íris Tavares e participa da chapa, juntamente com o deputado federal Eudes Xavier, os vereadores José Maria Pontes, Salmito Filho e Guilherme Sampaio. Segundo Bruno, o grupo defende mais democracia interna e ética no PT.Mesmo apoiando tese diferente a proposta defendida por Bruno se assemelha a de Rachel. O petista também é contra a participação de dirigentes partidários em cargos de primeiro escalão nas administrações públicas. “Creio que é aconselhável que os que detenham presidência de partido, não estejam dentro do Governo. É complicado. Em algum momento o partido pode não concordar com o Governo. É bom evitar essa situação de constrangimento”, afirmou.Assim como Rachel, Bruno também defende que o PT tenha autonomia na sua bancada. Segundo ele, caso a tese apoiada por ele seja a vencedora do PED, o PT deve reavaliar essa participação no bloco PT, PSB e PMDB. “A nova direção deve tentar reverter essa situação”, disse. A posição, ressaltou ele, não significa um rompimento com os demais partidos da base. Ele lembrou que outras siglas da base do Governo, mas mantiveram a autonomia das bancadas.Na contramão dos colegas segue o deputado Dedé Teixeira (PT). Ele defende a reeleição de Cartaxo, e não vê problema na permanência dele nos quadros do Executivo.
Matéria publicada no jornal Diário do Nordeste de hoje, 17/11/2007.
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