Com a construção da via férrea para o Trem do Cariri, na sede do Crato, começaram os transtornos. As principais ruas que dão acesso aos bairros Pinto Madeira, Santa Luzia e São Miguel estão sendo interrompidas. Os motoristas reclamam do “arrodeio” que têm que fazer para chegar a estes destinos onde estão localizadas a rodoviária, hospitais, centros administrativos e, também, algumas das secretarias e departamentos da Prefeitura Municipal. De acordo com levantamento feito pela Secretaria de Infra-Estrutura do Crato, 12 ruas serão interditadas.O mesmo drama é vivido pelos moradores dos três bairros que se deslocam diariamente para o Centro da cidade. Em alguns casos, o percurso aumenta em mais de um quilômetro. “Não tem sentido dividir a cidade”, diz o diretor da Câmara de Dirigentes Lojistas do Crato (CDL), Gilson Ribeiro Parente.O mecânico Francisco Inglês, proprietário de uma oficina na Rua Vicente Tavares Bezerra, do lado de cima da via férrea, é um dos mais prejudicados. Ele diz que está perdendo a clientela. O filho dele, Melquíedes Guedes, diz que outras oficinas e escolas do bairro estão prejudicadas. Ele lembra que a rua foi aberta há cerca de seis anos. Agora, foi fechada. “Isso é um atraso para o Crato”, critica.Viadutos e passagensO projeto do trem urbano, que ligará Crato a Juazeiro, não prevê nenhum viaduto ou passagem de nível, cruzamento com veículos. Um funcionário da Companhia Cearense de Transportes Metropolitanos (Metrofor), que acompanha a execução dos serviços, informou que o problema foi repassado para a Prefeitura Municipal e Secretaria de Infra-estrutura a quem cabe, segundo afirma, construir os viadutos e sinalizar as passagens de nível.O funcionário da Metrofor acrescentou que a ferrovia existe há cerca de 80 anos. As ruas já eram cortadas pelos trilhos. Os motoristas contra-argumentam, lembrando que antes a ferrovia passava no nível do asfalto, o que facilitava a passagem de veículos. A nova malha ultrapassa as ruas com mais de meio metro de altura, impedindo o trânsito de carros.Tronco sulAo tomar conhecimento dos transtornos causados pela ferrovia, o prefeito do Crato, Samuel Araripe, informa que vai falar com o governador Cid Gomes, na próxima terça-feira, quando da instalação do Governo Itinerante na cidade de Porteiras.“Vamos mostrar que o Crato não é uma cidade de 80 anos atrás, quando a linha ferroviária passava na periferia. Hoje, o Crato é uma cidade com 130 mil habitantes e cerca de 20 mil veículos”, afirma ele. O prefeito diz esperar que o governador Cid mostre-se sensível a esta reivindicação.O Projeto Trem do Cariri está sendo implantado ao longo da linha tronco sul da Rffsa e hoje operada pela Companhia Ferroviária do Nordeste (CFN). Consiste na remodelação e construção de 12,6km entre os municípios de Crato e Juazeiro do Norte.Será composto de quatro estações intermediárias, duas no Crato e duas em Juazeiro do Norte, além das duas estações terminais nas respectivas sedes destes municípios.O sistema também será composto por oficinas de manutenção, centro de administração e controle de trens e dois veículos leves sobre trilhos (VLT), denominados Transporte Rápido Automotriz (Tram), com capacidade para levar até 330 passageiros por viagem.Mais informações:Prefeitura Municipal do CratoLargo Júlio Saraiva, s/nCentro(88) 3523.9600 ou3521.7069
(jornal Diário do Nordeste)
4 comentários:
Quando da apresentação do Projeto Trem do Cariri à Prefeitura Municipal do Crato,em fins do ano passado e novamente já nesta gestão estadual, mostrei todos os incovenientes e erros na proposta, ao próprio Prefeito Samuel Araripe e ao Secretário Jefferson Felício. Mostrei que estas medidas eram contra as recomendações do PRU CRATO e do novo Plano Diretor da cidade em elaboração. Um dos maiores erros era o
fechamento de várias ruas na área central, relevando que isto causaria transtornos a acessibilidade e mobilidade naquela região e que também isto não seria aceito pela população e pelo empresariado do comércio central, dado a imensidão de transtornos que isto causaria. Um outro grande erro se refere a questão da drenagem notamente na confluência da Rua José Marrocos com Via Férrea e isto vai ser sentido no próximo inverno. Mas todas estas colocações não foram acatadas e sequer avaliadas. Hoje parte do transtorno está aí configurado. O resto virá no próximo inverno. Arquiteto José Sales, autor do PRU CRATO - Plano de Requalificação Urbana do Crato e coordenador da Revisão do Plano Diretor do Crato, em elaboração.
Foram também realizados vários desenhos alternativos, por mim e minha equipe técnica, com o argumento que a economia concentrada no centro da cidade do Crato seria afetada por está esdrúxula idéia de implantar o Trem do Cariri sem levar em conta o desenvolvimento urbano a cidade e os requerimentos de qualificação do presente. Mas nenhum destas soluções alternativas foram levadas em conta em conta. Prevalecendo a opinião definitiva do Governo do Estado e Metrofor. Está aí o transtorno, em instalação, anterioemente previsto por mim e minha equipe.
Com a palavra os técnicos que se contrapuseram ao que nós colocamos como erro, relatando que iriam dar um jeito de solucionar estes impasses. E que isto tudo é meio besteira de nossa parte.
zSe a amigo Tarso Araújo quiser colocar estas minhas afirmações no seu blog, estamos às ordens para convalidar um debate sobre esta proposição errada de fechar ruas centrais e dividir a cidade ao Crato ao meio, como e isto ainda fosse possível.
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