Com discursos inflamados contra o Governo Federal, o PSDB elegeu, ontem, a nova Executiva Nacional do partido - que terá como seu presidente o senador Sérgio Guerra (PE). Apesar das críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os tucanos reconheceram que terão que aproximar o discurso do povo brasileiro para que retornem ao poder em 2010 sem o estigma de que integram um partido de "elite". "O objetivo é unir o partido para a vitória. Vitória que vem com voto. De que serviu a vitória do presidente Lula comparada com os ideais que ele pregava? Não será fácil para ninguém. Mas será mais fácil para nós na medida em que tivermos a unidade, que estivermos junto ao povo", afirmou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. A exemplo de FHC, Guerra admitiu que o partido terá que se aproximar do povo brasileiro para reconquistar as vitórias nas urnas. "Ninguém é salvador da pátria no PSDB. Não queremos ser nem o pai nem a mãe dos pobres. Nós queremos é ser a favor dos pobres", afirmou. O ex-presidente não poupou críticas ao governo Lula nem ao petista. Apesar de não citar o nome do presidente no discurso, FHC ironizou de forma indireta a baixa escolaridade de Lula ao rebater as acusações de que o PSDB é um partido de elite. FHC disse que uma "elitizinha apressada se abotoou no poder", numa referência direta ao PT. "Somos gente que estuda e trabalha. Trabalha e estuda". Assim como o ex-presidente, o governador José Serra (SP) disse não acreditar no "estigma" de que o PSDB elabora suas políticas voltado para as elites brasileiras. "Em São Paulo, fui eleito e ganhei em todas as regiões e estratos sociais. Minas teve perfil semelhante. O PSDB não é partido da elite. E como foi dito, é de gente que trabalha e estuda. Estuda e trabalha". Na opinião de FHC, "a nova força" política do País organizada pelos tucanos só vai sair vencedora nas urnas se "além da unidade for capaz de falar com o povo brasileiro". FHC reconheceu, também, que o PSDB terá que fechar um discurso único para convencer os eleitores a migrarem para o partido.
(Jornal O Povo)
Um comentário:
No encerramento da convenção do PSDB o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso - em seu discurso - criticou indiretamente a baixa escolaridade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Sem citar nomes, FHC disse que o PSDB possui acadêmicos.
"Faremos o possível e o impossível para que saibam falar bem a nossa língua. É por isso que em Minas Gerais o ensino passou para nove anos, e não quatro. Queremos brasileiros bem-educados, e não liderados por gente que despreza a educação, a começar pela própria", disse FHC.
Como era de esperar, a declaração de FHC irritou integrantes do Planalto. O novo ministro de Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, foi escolhido porta-voz do governo para falar sobre o assunto. "Conhecendo a biografia do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, não acho essa uma declaração parecida com sua história nem que engrandece os brasileiros que o admiram", afirmou o novo ministro Múcio, substituto do ex-ministro Mares Guia mais um ministro de Lula que cai acusado de envolvimento com o "mensalão".
Oportuna, a declaração de FHC.
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