segunda-feira, 23 de junho de 2008

AÇÃO JUDICIAL DE SEU LUNGA

Não surtiu efeito a intenção de Joaquim dos Santos Rodrigues, o famoso Seu Lunga, em receber indenização do poeta Abraão Batista por danos morais. O motivo da Ação Judicial foi um livreto de literatura de cordel em que o poeta juazeirense intitula o conhecido comerciante como o "Homem mais zangado do mundo". Nos seus versos, Abraão relata casos de "ignorância" que são atribuídos a Seu Lunga e vai narrando os que conseguiu colher em meio a populares. O comerciante não gostou e contratou um advogado para mover uma ação contra o poeta.

De forma liminar, pediu o recolhimento dos cordéis o que não foi acatado pela justiça. Na sentença prolatada esta semana, a Justiça decidiu pelo arquivamento do processo. As razões da defesa de Abraão convenceram o poder judiciário de que as histórias do Seu Lunga já são de domínio público. Na sua defesa, o poeta lembra ainda que, naquele momento da tramitação do processo no Fórum Desembargador Juvêncio Santana de Juazeiro do Norte, já existiam 44 cordéis sobre Seu Lunga. Hoje, conforme estima, já são cerca de 50 "e a cada instante aparece um novo folheto".

Seu Lunga foi procurado pela reportagem que terminou o informando sobre a decisão da Justiça. "Como é que você sabe, pois eu que sou o autor da ação não to sabendo de nada?", reagiu já demonstrando indignação. O comerciante criticou a decisão considerando que a justiça é um "verdadeiro balai de gatos". Foi mais abrangente ainda ao afirmar que o povo deveria ter vergonha de ser brasileiro. Seu Lunga desmente categoricamente as histórias que lhe são atribuídas. "Isso é tudo mentira que o povo inventa", arremata.

Mais à frente, na conversa, procura explicar que sua única intenção é ensinar o povo a falar direito. "Se um caba chega na minha sucataria e pergunta por quanto eu dou determinada peça, o senhor não acha que isso ta errado?", indaga explicando que não está dando, mas vendendo. Num outro exemplo, diz não aceitar alguém chegar ao seu estabelecimento e perguntar se determinado objeto é para vender. A resposta é imediata e em tom de ensinamento: "O único lugar onde o senhor vai encontrar as coisas espalhadas que não é para vender é no museu".

fonte: Site Miséria

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