quarta-feira, 23 de junho de 2010

Quanto ao racha entre Tasso, Ciro e Cid: conta outra



Desculpem-me, mas acho que não há divergências, nem qualquer tipo de diferença ou brigas por questões de estratégia, mas simples acomodação de forças políticas.
Essa é a impressão que tenho com relação ao suposto “racha” entre o senador Tasso Jereissati e os irmãos Cid Gomes (governador do Ceará) e Ciro Gomes (deputado federal). Os argumentos para alardear esse racha e o lançamento da candidatura de Marcos Cals, são, no mínimo, suspeitos e se verificados com atenção, logo desmascarados.

A verdade é que sem essa briga ficaria difícil a candidatura de Tasso ao Senado Federal, e mais ainda, sem essa briga como se justificaria um apoio branco de Cid e Ciro ao senador tucano. Agora, tudo é possível.

Com essa briga Ciro e Cid entram em campo para a reeleição e Tasso terá a penas a obrigação de vencer para o Senado. Ninguém de sã consciência acredita na seriedade da candidatura de Marcos Cals, um dos melhores quadros do PSDB, mas que está mesmo é constrangido em ser adversário de um governo que ele só deixou para ser candidato a reeleição à deputado estadual.

A briga, em resumo, é uma montagem de última hora, mal feita, mas que com uma forcinha da imprensa acabou se tornando um grande fato. Tasso brigaria com Cid pelo simples fato dele não ter atendido uma ligação? Ou pelo fato de Ciro Gomes em Tamboril abrir o verbo de forma generalizada contra algumas lideranças do Ceará?
Com certeza não. O circo foi montado. O PSDB lança um candidato sem chances de vitória. Uma polêmica é criada entre ele e os irmãos Gomes. O Cid monta uma articulação com 14 partidos e exclui o PT. O governador insiste para que o PT tenha a vice ou a vaga ao Senado. O PT é excluído do debate. O PC do B de forma inadvertida entra no jogo de Cid, Ciro e Tasso. E, finalmente, Lúcio Alcântara faz as pazes com Tasso e um acordo: quem for para o segundo turno tem apoio do terceiro colocado. Alguém duvida de Lúcio na terceira colocação ?

Mais uma vez Lúcio Alcântara leva um traço de Tasso, Ciro e Cid. E finalmente mesmo: se há uma divergência s e o PSDB quer renovar o governo atual e por que não o nome de Tasso na disputa contra Cid? Assim Tasso garantiria uma disputa difícil para Cid e montaria automaticamente o palanque de Serra. Mas não é essa a preocupação do senador.

Tasso Jereissati monta assim um palanque que pode levar ao segundo turno e se elege Senador. Deixa a segunda vaga para Cid, que quer eleger Eunício. O PT fica a ver navios, se não tiver cuidado.

Merece destaque apenas uma questão: a forma tímida como o PT vem encerando essa situação, deixando tudo nas mãos de Cid Gomes. Se o PT não acordar fica a ver navios nessa história toda, mesmo tendo o presidente mais popular da história e essa popularidade se sente no Ceará. Mesmo tendo uma pré-candidata a presidente da República com chances reais de vitória no Ceará, deixando Serra prá trás.

A timidez do PT pode prejudicar o partido nesse momento. Acredito que seja a hora de reagir.
Quanto ao racha entre Tasso, Ciro e Cid: conta outra.

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