O famoso missionário e explorador escocês para a África, David Livingstone (1813-1873), contou que certa vez, numa tribo em Botsuana, surpreendeu-se com a entrada repentina em sua tenda do chefe Sekomi. Ele entrou e disse:
- Quero que você mude o meu coração. Dê-me um remédio para mudá-lo, pois é orgulho e raiva, sempre.
Livingstone tomou um Novo Testamento e quando começou a explicar qual a única maneira de ter um coração
modificado, foi bruscamente interrompido:
- Não. Eu quero o meu coração mudado por um remédio. Quero beber e mudar no mesmo momento.
E retirou-se, decepcionado.
A rudeza do chefe é tão primária, que se torna até engraçada. Mas a verdade é que muita gente esclarecida de hoje, andando de jato, com celular e Internet, tem a mesma atitude. A diferença é que variam no pretenso remédio que faria essa mudança. Enquanto o chefe pensava num xarope, alguns atualmente pensam em religião, outros em boas obras, caridade, misticismo... a farmacopéia é grande. Mas todos eles são colegas do cacique africano num fator crucial: a recusa de enfrentar a cruz de Cristo.
É que, para isso, é necessária uma atitude a que poucos estão dispostos: com um espírito compungido, decidir crucificar o velho homem, humildemente pedir perdão a Cristo e a Ele se submeter com toda a força, alma e entendimento. Esse, e somente esse, é o remédio para quem quiser, realmente, mudar de coração.
Termino com um alerta para os que já são crentes. Alguns pensam que para ter o coração cada vez mais parecido com o de Cristo, basta ir aos cultos, seguir um programa anual de leitura da Bíblia, orar dez minutos por dia. Como se essas coisas servissem como remédio para a santificação. Não é bem assim. Tudo isso deve ser acompanhado com uma violenta luta da carne contra o Espírito, uma determinação de aço para amar o próximo e uma busca quase obsessiva de aumentar dia a dia a intimidade com Cristo. O aumento da espiritualidade é um caminho longo, lento, sofrido... e maravilhoso
Boletim Falando de Cristo
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