Segue abaixo texto do Prof. Marcos Eliano Tavares Ribeiro sobre o Sesi Crato
A história do SESI CRATO se confunde com a história da força política que sempre foi a marca registrada do município. As lideranças políticas daqui sempre estiveram atentas para atrair as “coisas boas” para a terra de Bárbara de Alencar e, por que não dizer, a terra do Padre Cícero que é um dos seus filhos mais eloqüentes. Muitas vitórias contabilizam o balanço de sucesso: A DIOCESE E O DIOCESANO DO CRATO, A UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI, O HOSPITAL SÃO FRANCISCO, O SESC-SENAI-SESI, O COLÉGIO AGRÍCOLA, O COLÉGIO WILSON GONÇALVES, O IBAMA, A GRENDENE, apenas para lembrar de alguns resultados da grandeza de quem luta.
Muitas vitórias do passado foram se diluindo no tempo por pura inércia e falta de cuidado de algumas autoridades de plantão e, pior ainda, da sociedade organizada da época da ocorrência. Sou testemunha ocular do remanejamento ou mesmo fechamento puro e simples, às vezes sem argumento convincente, de patrimônios estruturantes da comunidade social, econômica e cultural do Crato. Assisti de perto a construção do Palácio da Microempresa dentro da lagoa do salgadinho em Juazeiro do Norte para receber as instalações regionais do SEBRAE que era no Crato sua sede cariri e que agora, falam as línguas soltas, que terá apenas um mínimo escritório para atender telefone. Assim foi com o DETRAN, o AEROPORTO e tantas outras conquistas do passado. Mais recentemente levaram o SESI, deixando um vazio extremamente grande para os trabalhadores das indústrias daqui e o sentimento de pobreza da classe política dominante e, também, dos organismos representativos da sociedade. E, mais grave ainda, abandonando uma sede vistosa e pronta para receber quaisquer iniciativas que venham produzir a melhoria do desenvolvimento social, econômico e cultural do Crato. Porque? Quais os interesses que estão por traz dessa nefasta decisão? O argumento de redução de despesas parece míope, frente ao elevado serviço prestado pelo SESI Crato a comunidade. Afinal, os recursos financeiros de todo o Sistema CNI/FIEC vêm do bolso do trabalhador e deveriam ser entendidas como investimento e nunca como despesas onerosas.
Não me alegro da minha própria omissão de, também, ter ficado mudo. No auge do fervor da “triste partida” do SESI para Juazeiro, estive com o então “Diretor Local”, Adm. Eugenio Pacelli e levantei algumas possibilidades para o debate, mesmo já vencidas pela ótica do decurso de prazo. Senti que falei tarde. Abstive-me de levar a cabo qualquer luta pessoal pelo sentimento de miudeza da minha força no mercado do prestígio. Mesmo assim, aventurei elencar algumas alternativas como, por exemplo, instalar um projeto de extensão universitária capitaneado pela URCA que trouxesse à luz uma universidade popular ou mesmo uma universidade para o trabalho. Infelizmente percebi uma resposta categórica: “não cabe mais recurso da sentença prolatada pelo todo poderoso presidente da FIEC”.
Fiquei feliz nesta semana quando ouvia nos noticiosos das rádios locais que o assunto fora ressuscitado. Pelo tom das palavras, enxerguei uma articulação melhor arquitetada e, desse modo, mais inteligente: forças de todos os cantos se unindo pelo interesse comum.
Agora não vou ficar calado de novo. Quero colocar na pauta, algumas sugestões para criar o CENTRO DE INTERESSE COMUNITÁRIO:
• A URCA poderia instalar a Pró-Reitoria de Extensão e todos os braços vinculados como a FUNDETEC e os INSTITUTOS e fazer um trabalho realmente público demandado pela comunidade;
• A URCA poderia fazer funcionar as aulas práticas exigidas pelo Curso de Educação Física e instalar uma Unidade de Pronto Atendimento dos demais cursos, particularmente, do Curso de Enfermagem;
• A Câmara Municipal do Crato poderia implantar uma ESCOLA DE CIDADANIA e prestar relevantes serviços na formação cidadã, com destaque para a capacitação continuada dos Vereadores e preparação de futuras lideranças políticas, além de corroborar com a capacitação do povo para compreender o papel do Poder Legislativo;
• O Sindicato dos Trabalhadores Rurais e da Agricultura Familiar poderia funcionar no ambiente com suas ações de apoio social e até administrativas, reduzindo seus custos operacionais;
• A Diocese do Crato poderia instalar suas pastorais comunitárias e a Comunidade Eclesial de Base, ou outra idéia mais inteligente;
• As entidades de classe como ACC e CDL poderiam ter pontos de atendimento e ocupar os espaços para suas demandas, como por exemplo, o belíssimo Auditório que já, inclusive, recebeu uma plenária da SUDENE nos tempos do meu amigo Humberto Mendonça à frente da Associação Comercial do Crato;
• O SEBRAE poderia ter ali sua Célula de Atendimento Local, com mais visibilidade e integrada com as demais instituições do Crato;
• Poder-se-ia, também, reservar espaço para a instalação de alguns conselhos profissionais, tipo CRA\CE (Administração), CORECON\CE (Economia), dentre outros;
• Possibilitar um ambiente de articulação gerencial do Governo do Estado do Ceará e, ainda, um Escritório Regional da GIDU\CAIXA ECONOMICA FEDERAL no cariri.
Era só ou tem mais coisa?
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