Partimos no último dia 09/02 de Juazeiro com destino a São Carlos, onde André colaria grau em Química hoje (11/02). Fizemos uma conexão em Brasília, de onde partimos com destino a Guarulhos às 18:35h, até então sem nenhuma queixa por parte do meu pai.
Vinte minutos após a decolagem, papai começou a vomitar sangue-vivo. Imediatamente acionei a tripulação, que prontamente entrou em contato com o pessoal em terra para providenciar atendimento médico em solo imediatamente após o pouso. Fizemos o acompanhamento durante a hora final de vôo, na tentativa de aliviar um pouco a náusea.
Pousamos em Guarulhos, às 21:15h, onde uma equipe médica entrou no avião e prestou atendimento preliminar a meu pai, que se encontrava lúcido e aparentemente tranqüilo.
Solicitei à equipe médica que nos levasse a um hospital particular, porém, o procedimento padrão em atendimentos de urgência é encaminhar o paciente diretamente ao hospital público e de lá, se possível, proceder com a remoção pra outra unidade hospitalar.
Feito o primeiro atendimento já no Hospital Geral de Guarulhos, o médico recomendou a internação até o próximo dia, quando, muito provavelmente poderíamos seguir viagem até São Carlos e prestigiar a formatura de André.
No dia 10/02 papai havia evoluído bem, no que se refere ao sangramento provocado pelo rompimento de uma veia no esôfago.
Ás 12:30h, quando permitida a minha entrada para fazê-lo a primeira visita, encontrei meu pai, que começou a se sentir mal quando me viu, acho que fruto da emoção, do medo de estar no hospital, da incerteza sobre a sua evolução clínica, da ansiedade de estar seguindo viagem. Chamei o médico, que solicitou a minha saída imediata da sala: meu pai havia infartado.
A situação dele atualmente é gravíssima, sendo suas funções vitais mantidas com auxílio de aparelhos e sua pressão sanguinea, bem como a freqüência cardíaca mantidas sob influência de drogas.
Papai ainda encontra-se internado no Hospital Geral de Guarulhos, que é referência em atendimento, possui ótima estrutura física e conta com excelentes profissionais. Por conta da instabilidade do seu quadro, não é recomendada a sua remoção para outro hospital, mesmo por via aérea, sob risco de comprometer ainda mais o seu estado de saúde.
A família agradece o carinho, as orações e toda atenção recebidos dos nossos estimados amigos.
Continuemos firmes nas orações e na certeza de que esse quadro será revertido em breve.
Manteremos todos informados por meio do site www.padrecicero.com e por meio de notas que porventura venham ser divulgadas neste Jornal.
LUCAS OLIVEIRA SANTOS
Em 8 de fevereiro de 2011 02:01, Assis Ferreira
Agora é sua a vez de ir
A droga, a bebida, o consumismo sem condições de pagamento, o desemprego, a ambição, a usura, têm gerado esta crescente onda de violência e desagregado a família. O mais grave, porém, é a falta do temor de Deus. Se a nossa casa esquece Deus, acha que tudo é normal, é sinal de que Satanás está querendo entrar, pois a porta está aberta.
A porta está aberta (crônica de 24.01.10, inédita).
Detesto viajar. Todavia, vez por outra tenho de sair de casa. É o caso de agora. Dia 10 (quinta-feira), estarei sendo puxado para um avião por Lucas (meu caçula) a São Carlos (SP) para a colação de grau de André.
Diz André que lá não está fazendo frio. Para mim, frio de 18°C já é muito. Mas, ou a língua ou o beiço, como dizemos de fazer algo com muito sacrifício. Vou.
Lucas, não. Lucas é andarilho de primeira. Para ele, ir a São Paulo é como ir à venda da esquina. Inventa qualquer coisa para viajar. Mas, sabendo ele que eu detesto viajar, combinou comigo de tomarmos avião aqui, embora em Fortaleza pagássemos menos pelas passagens: “Se formos por Fortaleza, a demora da conexão [mudança de avião] é grande, o senhor vai-se chatear... Vamos daqui, certo?” Certíssimo!
Pior do que viajar e do que frio é altura. Vão anos, subi em casa para consertar umas telhas. Quem disse que tive coragem de descer? Parecia-me estar nas nuvens! Quase pedi bombeiros, que também servem para descer gente de casa, de árvore.
Tomei uma decisão: vou fazer de conta que não estou viajando, porque a milhares de metros do chão tudo é céu. E torcer para que não haja turbulência, para não enjoar.
Também não vou pensar que uma queda daquelas alturas faz a gente em pedaços. Nem que se cair no mar e tiver a infelicidade de ficar vivo, morro gelado, morro afogado, e sou comido por peixe como uma isca um pouco grande. Menos ainda que não sei nadar. E mesmo que soubesse, em que direção nadar para terra? Quantos dias e noites teria de nadar sem parar para dar a terra? Também não vou pensar que embora o mar tenha muito peixe e muita água, mata de sede e de fome.
Tudo considerado, o ideal seria pedir que me anestesiassem por umas duas horas. Mas não. Verei se encontro alguma coragem de que faça um chá forte. Bebo o chá e meto os peitos. Dê o bicho que der, tenho de ir.
Até Maria está contra mim: “Agora é sua a vez de ir.” (08.02.11)
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