Incoerente. É assim que os deficientes visuais da região do Cariri
julgam as obras de requalificação das praças centrais do Crato. Durante a
reforma e como medida inclusiva das pessoas com deficiência visual, a
Secretaria das Cidades, órgão responsável pela execução, equipou os
espaços com módulos de piso tátil, que permite a mobilidade e orientação
com segurança. Entretanto, a medida não funcionou. O que deveria servir
de orientação direciona o deficiente visual aos obstáculos, como postes
de iluminação.
De acordo com o Centro Educativo do Cariri de
Apoio às Pessoas com Deficiência Visual (CEC), o piso passou a
representar um perigo para quem não enxerga, pois há o risco de bater
nos postes ao caminhar pela área destinada aos portadores de deficiência
visual.
Antes da
requalificação das praças centrais, não havia na cidade acessórios que
permitissem a acessibilidade nas ruas. O piso tátil foi colocado entre
as Praças São Vicente até a Sé, local de grande movimentação de
pedestres. A maior reclamação dos deficientes visuais é quanto à
permanência inadequada do equipamento de orientação.
Eles
solicitam que a obra seja refeita urgentemente, já que pode gerar danos
aos usuários. Para estar de acordo com as normas de acessibilidade, o
piso tátil precisaria guiar os deficientes por uma via segura e sem
obstáculos. Para as pessoas com deficiência visual, outro grande
problema está entre as calçadas e as travessias de ruas, onde ainda não
existem sinais sonoros e relevos nos percursos, que avisem sobre o fim
da pista tátil.
Atualmente, estão cadastrados mais de 30
deficientes visuais no CEC. Todos eles recebem, diariamente, orientações
sobre as técnicas de mobilidade urbana. As noções vão desde a locomoção
em casa até ao trânsito nas ruas. Segundo a instituição, as principais
dificuldades para os deficientes visuais da região do Cariri são a
ausência de sinais sonoros nas vias, pista tátil em todas as ruas, além
do funcionamento dos equipamentos eletrônicos inclusivos, como o retorno
de voz dos caixas eletrônicos instalados nos bancos.
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