O deputado federal Jorge Solla (PT-BA) citou, em discurso nesta terça-feira (10), alguns casos da lista de escândalos de corrupção envolvendo PSDB e DEM para "demonstrar a hipocrisia que reside na tentativa de interromper o mandato da presidenta Dilma Rousseff, contra quem não pesa qualquer acusação que sustente um pedido de impeachment".
“Depois de mais de 20 meses de investigações na Lava Jato e dezenas de delações, quebras de sigilos telefônicos e bancários, revelações de contas na Suíça, contratação de empresa de arapongagem internacional, nada surgiu contra a presidente. Ao fim da Lava-Jato, Dilma merecerá uma estátua em sua homenagem. Pelo seu republicanismo e honradez”, sugeriu o parlamentar.
Segundo o deputado, nas décadas passadas não faltaram provas da existência do mesmo esquema defraudado pela Lava-Jato, mas jamais foram feitas investigações sérias sobre o cartel de empreiteiras que fraudam licitações e pagam propina a agentes públicos e políticos. “Foi assim com a lista de Furnas, foi assim na Operação Satiagraha, foi assim na Castelo de Areia. Em todos esses casos, os nomes que apareceram foram de deputados do PSDB, do DEM e do PMDB. Em todos os casos as provas foram anuladas, as investigações foram interrompidas, ninguém foi punido”, afirmou Solla.
“Em Furnas, aparecem como beneficiados Aécio Neves e dezenas de deputados do PSDB. Na CPI da Petrobrás o doleiro Youssef confirmou e reiterou que Aécio recebeu muito dinheiro da corrução em Furnas. Na Castelo de Areia, o Mendonça Filho e o José Carlos Aleluia aparecem lá nas escutas e nas planilhas. Na “Pasta Rosa” do Banco Econômico estavam os nomes de 45 políticos do PFL (hoje DEM) e do PSDB recebendo inúmeras doações e pagamentos de despesas, entre eles o atual presidente do DEM. Mas o ‘engavetador-geral da república’ providenciou o arquivamento do processo de um dos maiores escândalos de corrupção da história deste país. Isso para não falar do escândalo da compra de votos da reeleição de Fernando Henrique neste Congresso, do Banestado, do propinoduto do Metrô de São Paulo, do caso do Banco Marka, do TRT de São Paulo, do FonteCindam, da Operação Navalha, dos vampiros e sanguessugas, dos Anões do Orçamento”, acrescentou o parlamentar baiano.
Solla provocou o PSDB dizendo que apenas na política brasileira os tucanos são aves de rapina e ironizou as recorrentes mudanças de nome feitas pelo DEM. “Mais ferozes que abutres, águias e falcões em dilapidar as vísceras do erário sempre que conseguem! Tucanos são os carcarás e urubus da política! E o DEM sempre chafurdou na lama da corrupção, desde a época em que era ARENA, lacaios do regime militar, depois PDS, depois PFL, assaltando a máquina pública de forma escancarada. Diante da ameaça de extinção, mudaram de nome, mas continuam corruptos e entreguistas. Fizeram uma plástica facial, trocaram o nome na carteira de identidade, mas mantêm o mesmo DNA, as mesmas impressões digitais e continuam roubando sempre que podem”, disse o petista, mencionando ainda as recentes confissões do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, publicadas no seu livro de memórias “Diários da Presidência”, no qual afirma que atuou para engavetar a CPI que investigaria o escândalo da “Pasta Rosa” e reconhece que foi avisado da corrupção na Petrobras e que sabia do esquema de compra de votos para sua reeleição.
Solla rechaçou qualquer acordo do PT com o presidente da Câmara. “Não há nenhum acordo com Eduardo Cunha. Assinei, assim como a maioria da bancada do PT, o pedido de cassação de seu mandato”, registrou o petista, que criticou também as pautas conservadoras impostas por Cunha, como o desmonte do SUS e criminalização à assistência a mulheres vítimas de estupro.
fonte: site Brasil 247
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